BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

A música eletrônica passa por momento de reavaliação. Já assimilada pelo grande público e consolidada como trilha sonora da juventude, o estilo vê alguns de seus principais nomes completando década de carreira.
Entre grupos como Underworld e Orbital, o Chemical Brothers - tema do "Planet Rock Profiles", programa que biografa grandes nomes da música- é o mais emblemático. Com esses "irmãos", uma nova etapa do comportamento jovem começou a surgir.
Criado por dois estudantes ingleses em 1989, Tom Rowlands e Ed Simons, o Chemical Brothers. foi o nome pop que melhor conseguiu levar a eletrônica -antes um estilo mais restrito a clubes e raves- às grandes audiências.
Naquele momento, Rowlands e Simons eram apenas freqüentadores assíduos do Hacienda -lendária danceteria inglesa. A eletrônica já era uma realidade com a febre da acid house, e o casamento com o rock, apenas ensaiado, com grupos como Stone Roses e Happy Mondays.
Após tornarem-se DJs e, mais tarde, produtores de suas próprias músicas, a dupla lançou o álbum "Exit Planet Dust" (1995) e o single "Setting Sun" (1996), que chegou ao topo das paradas.
A música trouxe a participação de Noel Gallagher, que estava no auge da popularidade como compositor do Oasis. Quase ao mesmo tempo, o DJ Norman Cook deu seus primeiros passos como Fatboy Slim, e o público roqueiro começou a olhar com menos desconfiança para aquela "música das máquinas".
O som, mais próximo da estrutura do rock, com timbres de baixo e bateria semelhantes, ganhou o nome de big beat -estava criado o caminho para a aparição da figura do "DJ superstar".
"Não entendo por que tornar-se um astro do rock; os DJs já tocam para uma multidão", diz Simons no programa.
Já o momento presente parece confundir a dupla. Na coletânea lançada recentemente, por exemplo, as faixas inéditas mostram uma certa indecisão musical, quase uma crise de identidade. Com os "DJ superstars", surgem também os dinossauros da eletrônica.