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Crítica
"Capote"mostra grande atuação de Hoffman
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Certos caras são invejados.
Claro que Vinicius de Moraes, a
quem se dedica o documentário "Vinicius" (Canal Brasil,
14h50), de Miguel Faria Jr., é
um deles. Claro: Vinicius era
um poeta e um diplomata, um
boêmio e um sedutor, músico e
cantor.
Circulava pela cultura erudita e pela popular. Era popular
entre as mulheres e tinha muitos amigos. Quem não quereria
estar na sua pele? Esse bem-estar de ser de certa forma está
documentado no filme.
Diferente era o Truman Capote de "Capote" (Telecine
Premium, 11h05), dirigido por
Bennett Miller. Homossexual,
sarcástico, parecia sempre
manter uma distância pedregosa entre si e seus interlocutores intelectuais.
No entanto, quando encarnava um tema, como o caso em
que trabalha no filme e que resultaria em seu livro "A Sangue
Frio", todo o seu ser estava lá.
Assim como o de Philip Seymour Hoffman, que interpreta
Capote magistralmente -e que
ganhou o Oscar no ano passado
pelo filme.
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