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Investimento em cultura chega a R$ 135 mi em 97
Valor recebido por projetos
culturais utilizando leis de incentivo supera teto de R$ 120 mi
PATRICIA DECIA
da Reportagem Local
Pela primeira vez na gestão Weffort os investimentos em cultura
superaram o limite estipulado pelo governo. Em 97, R$ 135 milhões
foram aplicados pela iniciativa
privada no setor por meio das leis
de incentivo -que dão desconto
no Imposto de Renda.
O levantamento do Ministério
da Cultura, finalizado este mês,
inclui as leis Rouanet e do Audiovisual, mas não conta a contrapartida das empresas -que seria responsável por pelo menos mais
20% do total.
O teto da renúncia para 97 era de
R$ 120 milhões. Segundo o MinC,
o "excedente" de R$ 15 milhões
não é irregular, já que no decreto
presidencial estabelecendo o valor, do início do ano passado, a cifra aparece apenas como estimativa de investimento.
As estatísticas do MinC mostram
crescimento em todas as áreas
quantificadas, com destaque para
o cinema. Foram mais de R$ 91
milhões investidos (contra R$ 60
milhões em 96), 19 títulos lançados (10 a mais do que em 96) e 83
que já finalizaram sua captação
(leia quadro na página).
Segundo o secretário do Audiovisual, Moacyr de Oliveira, isso é
resultado do trabalho iniciado há
três anos. De acordo com ele, 97
seria o "primeiro ano da colheita"
para o setor.
"É natural que 97 seja um ano de
resultados. A Lei do Audiovisual
funciona de fato há três anos. Mas
o principal fator é a vitalidade da
área, de produtores e diretores jovens ou tradicionais", afirmou
Oliveira.
Nas outras áreas contempladas
pela Lei Rouanet, o chamado "investimento global", que inclui o
dinheiro da contrapartida, chegou
a R$ 191 milhões, segundo o secretário de Apoio à Cultura, José Álvaro Moisés.
Para ele, os números vêm ratificar o sistema de financiamento à
cultura que está sendo implantado. "Nós queremos um sistema
permanente de financiamento,
que sobreviva a esse governo."
Esses valores se referem ao tipo
de investimento caracterizado como mecenato. O MinC também
destina verbas diretamente, a fundo perdido, para os programas incluídos no Fundo Nacional da
Cultura, entre outros o de Apoio
às Bandas Municipais, de Apoio às
Artes Cênicas e o Programa de
Modernização de Acervos Bibliográficos.
A dotação do FNC em 97 era de
R$ 25,2 milhões, dos quais foram
investidos 96,78%, o maior índice
de utilização desde 94.
Renúncia 98
Na semana passada foi divulgado o novo limite de renúncia fiscal
para a cultura. Em decreto presidencial, publicado no "Diário Oficial", foram liberados R$ 160 milhões para o setor, contra os R$
240 milhões pedidos pelo ministro
Francisco Weffort.
O MinC, no entanto, considera
satisfatória a soma liberada. "Na
minha interpretação, isso é coerente com o que vem sendo feito
nos últimos três anos", disse o secretário Moisés.
Diferentemente de anos anteriores, em 98 o governo levou quase
dois meses para decidir o limite da
renúncia.
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