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Produtores buscam alternativas
da Reportagem Local
A superação das metas estabelecidas pelo próprio MinC para seu
modelo de financiamento não significa, no entanto, o final das críticas -tanto sobre os caminhos estéticos e o conteúdo das obras,
quanto sobre a permanência da
formação de um mercado cultural
no país.
O cinema, maior movimentador
de recursos, é o caso exemplar.
Por trás da diversidade de temas e
das diferentes gerações de cineastas, emerge como traço comum a
preocupação em atender exigências de qualidade no acabamento
das produções.
Tal necessidade impera, deixando qualquer outra em segundo
plano, pois o objetivo da produção audiovisual brasileira hoje,
para governo e grande parte dos
produtores e cineastas, é integrar
um mercado internacionalizado.
Isso significa inserção de filmes e
profissionais brasileiros, até como
mão-de-obra especializada, fora
do país.
Para o cineasta Walter Lima Jr.
("A Ostra e o Vento") esse caminho é irreversível, apesar de trazer
algumas consequências negativas.
"O importante é que sempre haverá cineastas que fugirão do padrão, que farão seus filmes como
querem", afirmou.
Entre produtores, mesmo a facção que defende os moldes adotados pelo MinC se mobiliza para levantar outras alternativas.
Dois produtores diferentes como Luiz Carlos Barreto ("O Que É
Isso, Companheiro?") e Renato
Bulcão ("Os Matadores") -o primeiro, tradicional produtor do
Rio, e o segundo de São Paulo, da
nova geração- propõem, cada
um a seu modo, a criação de fundos de investimento, independentes da concessão de desconto no
Imposto de Renda.
Essas alternativas garantiriam a
produção mesmo que a Lei do Audiovisual deixe de existir, como
está programado, em 2002.
A atividade também corre o risco de perder um grande patrocinador este ano.
É que as empresas de Telecomunicações podem ser privatizadas
em 98. Junto com a Petrobrás, são
responsáveis por dois terços dos
investimentos. E a Telesp ocupa o
primeiro lugar como investidora.
Além disso, a crise econômica,
que quase provocou cortes nas
porcentagens e verbas destinadas
à cultura, pode provocar uma redução nos valores investidos este
ano.
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