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DEBATE
Waly Salomão e Bernardo Carvalho foram os convidados
Autores conversam sobre conto e poesia em evento literário
da Reportagem Local
O embate não aconteceu. Convidados para uma discussão que já
no título antecipava a rivalidade
-"Poesia x Conto"-, os autores
Waly Salomão e Bernardo Carvalho preferiram uma conversa mais
amena anteontem, no auditório da
Folha. A conversa foi mediada pelo editor da Ilustrada, o jornalista
Sérgio Dávila.
O debate, dentro do ciclo "Conversas de Salão", foi promovido
em conjunto pela Câmara Brasileira do Livro e pelo jornal. O ciclo faz
parte dos eventos que antecedem o
Salão Internacional do Livro de
São Paulo, que acontece em abril.
Carvalho, autor, entre outros livros, da coletânea de contos
"Aberração" (Companhia das Letras), começou o evento dizendo
que prefere uma prosa sem efeitos
poéticos.
"Meu primeiro livro, por exemplo, foi escrito "nas coxas" de propósito. Não queria frases bonitas,
porque elas anulam a possibilidade de o leitor perceber o conto todo. Escrever frases que são pérolas
desviam o leitor", afirmou.
Salomão, autor, entre outras
obras, da coletânea de poemas
"Lábia" (Rocco), elogiou o clima
ameno da discussão. "Não precisamos descobrir quem tem melhor
chicote que a Tiazinha", disse.
Em seguida, falou dos problemas
de ser um autor exclusivamente de
poesia no Brasil -"depois de lançar um livro, há um vácuo"- e leu
alguns de seus poemas.
Um deles, "Açougueiro Sem
Câimbra", tratava justamente da
escrita da poesia: "Pego a posta do
vivido,/ talho, retalho, esfolo o fato
nu e cru,/ pimento, condimento,/
povôo de especiarias,/ fervento,
asso ou frito,/ até que tudo figure
fábula".
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