|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Escritor troca linha de ônibus por trem
da Reportagem Local
Até alguns meses atrás, Magnus
Mills podia ser visto todos os dias
da semana pilotando um ônibus
de dois andares que liga o bairro de
Brixton ao centro de Londres.
Em agosto do ano passado, a linha de ônibus 137 começou a ser
frequentada insistentemente por
repórteres e fotógrafos.
O motorista havia sido indicado
para ser um dos seis finalistas do
prêmio literário mais prestigiado
da Grã-Bretanha, o Booker Prize,
pelo romance "The Restraint of
Beasts" (A Restrição das Bestas).
Mills não levou os cerca de US$
35 mil do prêmio, que acabou nas
mãos do prestigiado Ian McEwan.
Mas assim como "Grand Central
Winter", de Lee Stringer, o romance de estréia de Mills conquistou as
livrarias de todo o planeta, e deve
ser publicado no Brasil, entre abril
e maio, pela Geração Editorial.
Nos dois livros, não há economia
em cenários escuros e na descrição
de personagens estranhos e violentos. Foram esses os ingredientes
que fizeram com que até o esquivo
e venerado autor norte-americano
Thomas Pynchon manifestasse interesse público na obra de Mills.
Em férias no Brasil, em dezembro do ano passado, Mills disse à
Folha que seu segundo romance já
está pronto para ser editado. Depois de milhares de exemplares
vendidos de "The Restraint of
Beasts", o escritor, que já parou de
trafegar pela linha 137, lança "All
Quiet on the Orient Express" (Todos Quietos no Expresso Oriente).
No seu novo título, Mills expressa mais duas linhas em comum
com Stringer. A primeira, é claro, é
a linha do trem. A segunda, é que,
assim como o nova-iorquino,
Mills ratifica que escreve sobre
coisas que já viu e viveu.
(CEM)
Texto Anterior: Pedinte tira literatura de caneta com crack Próximo Texto: McCann mostra intestino de NY Índice
|