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Pedro Almodóvar chega à cerimônia acompanhado de Penelope Cruz e Cecilia Roth, atrizes do premiado "Tudo sobre Minha Mãe"

da Reportagem Local

O cineasta espanhol Pedro Almodóvar ganhou ontem o Oscar de melhor filme estrangeiro na 72ª cerimônia de entrega de prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, com "Tudo Sobre Minha Mãe". O prêmio foi entregue por Penélope Cruz, que atua no filme, e Antonio Banderas, ator de diversos filmes de Almodóvar.
O diretor havia declarado que, se não ganhasse, precisaria encontrar outro lugar para morar, pois não voltaria à Espanha sem o Oscar. Ele dedicou o prêmio aos espanhóis que acompanhavam a premiação.
O Oscar foi entregue às 20h05 (1h05 horário de Brasília; 5h05 na Espanha) no Shrine Auditorium, centro de Los Angeles (EUA).
Até a conclusão desta edição, à 1h15 de hoje, ainda não haviam sido anunciados os principais prêmios da noite, como melhor filme, diretor, ator e atriz.
Os grandes coadjuvantes foram o veterano Michael Caine e a novata Angelina Jolie.
Caine, 67, levou seu segundo Oscar como melhor ator coadjuvante, desta vez por "Regras da Vida". Ator em mais de 80 filmes, ele havia recebido o mesmo prêmio em 1986, por "Hannah e Suas Irmãs".
Em um discurso comovente, Caine citou cada um de seus concorrentes, como Haley Joel Osment (o garoto de "O Sexto Sentido") e Tom Cruise ("Magnolia").
Angelina Jolie, 24, foi a vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante. Apontada como favorita, recebeu o prêmio pela interpretação de uma interna de uma instituição psiquiátrica no filme "Garota, Interrompida", inédito no Brasil. A atriz já é conhecida do público brasileiro como a policial de "O Colecionador de Ossos".
Ao receber o Oscar, ela citou seu pai, o ator Jon Voight. "Pai, você é um grande ator, mas é melhor ainda como pai", disse. Entre as concorrentes de Jolie estava Toni Collette, que faz a mãe do garotinho que vê mortos em "O Sexto Sentido".
"Matrix" foi um dos grandes vencedores da noite. Apesar de indicado apenas em quatro categorias menores, desbancou o favorito "Guerra nas Estrelas Episódio 1 - A Ameaça Fantasma" nas três ocasiões em que disputaram: som, efeitos sonoros e efeitos especiais.
Outra surpresa foi a derrota de "Buena Vista Social Club", de Wim Wenders, na disputa pelo melhor documentário. O vencedor foi "One Day in September", de Kevin Macdonald, sobre o assassinato de atletas israelenses por terroristas nos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.
O prêmio foi dividido com o produtor do filme, Arthur Cohn, que também produziu "Central do Brasil", de Walter Salles.
O cineasta polonês Andrzej Wajda, 73, diretor de clássicos como "Semana Santa" e "Danton", recebeu um Oscar especial pelo conjunto de sua obra.
O filme de época "Topsy-Turvy" levou dois Oscar: figurino e maquiagem. A fita, que ainda não estreou no Brasil, conta a história de Gilbert e Sullivan, dois autores de ópera cômica na Inglaterra de fins do século 19.
O cantor Phil Collins ganhou seu primeiro Oscar ontem, pela canção original "You'll Be in My Heart", do filme de animação da Walt Disney "Tarzan".
O americano "My Mother Dreams the Satan's Disciples in New York", de Barbara Schock e Tamara Tiehel, foi considerado o melhor curta-metragem.
"The Old Man and the Sea", de Alexandre Petrov, inspirado no livro "O Velho e o Mar" (Ernest Hemingway), levou o Oscar de curta de animação.
"King Gimp", sobre 13 anos da vida de um homem com problemas cerebrais, foi o melhor documentário de curta-metragem.
A cerimônia começou às 17h30, com um clipe de cerca de cinco minutos no qual o apresentador Billy Crystal era transportado para diversos filmes clássicos.
No clipe, Crystal "atuava" em fitas como "Taxi Driver", "O Poderoso Chefão", "Spartacus", "Psicose" e "Juventude Transviada".
Em seguida, o ator/comediante, que apresentou o Oscar pela sétima vez, cantou músicas parodiando os concorrentes a melhor filme: "À Espera de um Milagre", "O Sexto Sentido", "O Informante", "Regras da Vida" e "Beleza Americana".
A cerimônia do Oscar foi transmitida para mais de cem países e teve um público estimado em cerca de 1,5 bilhão de telespectadores em todo o mundo.


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