São Paulo, Sábado, 27 de Março de 1999
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Acervo poderá ser organizado por tamanho


da Sucursal de Brasília

A mais recente controvérsia (das muitas de sua vida) em que James Billington se meteu diz respeito à forma de guardar livros numa biblioteca: por assunto ou tamanho.
Até o final deste ano, a Biblioteca do Congresso vai resolver se mantém o método tradicional (por assunto) ou passa para o recentemente proposto (por tamanho).
Billington disse à Folha que ainda não se decidiu. Mas sua argumentação indica clara tendência para mudar.
Na Biblioteca do Congresso, o líder dos tradicionalistas é Tom Mann, um dos muitos funcionários experientes capazes de localizar rapidamente qualquer livro solicitado pelo público dos 17,7 milhões que compõem seu acervo (do total de 115 milhões de itens como mapas, fotos, fitas etc.).
Mann acha que o novo sistema, que dará a exata localização de um volume mesmo que esteja ao lado de outro que nada tenha a ver com seu conteúdo, transformará a biblioteca num armazém e eliminará o prazer de descobrir pela lógica.
Billington diz que a consulta do público tem sido mais e mais limitada por causa de problemas como furto, vandalismo e recolocação equivocada de livros.
Do ponto de vista do público, diz, o que importa agora é velocidade e precisão na localização do item desejado. Quem quer "passear" o faz com mais conforto e rapidez num computador, que lista os títulos por qualquer ordem.
Billington acha que, ainda que pareça escandaloso a conservadores, no futuro, robôs trarão livros ao público nas bibliotecas.

Interesses
A Biblioteca do Congresso, a maior do mundo, mantém seis escritórios fora dos Estados Unidos, um deles -o único da América Latina- há 33 anos, no Rio.
O escritório compra e envia para Washington livros, monografias, periódicos, folhetos, cartazes, mapas, partituras, discos e vídeos.
Um de seus projetos mais importantes é o de "material efêmero" (panfletos, pôsteres, jornais) produzido por movimentos populares no Brasil a partir de 1966.
Cerca de 30 mil itens por ano são adquiridos pelo escritório no Rio, muitos por permuta ou doação.
Em 97, foram lançados dois CDs com músicas folclóricas de Minas e do Norte e Nordeste como parte do projeto "Música Ameaçada", que registra manifestações musicais em extinção. (CELS)


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