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Acervo poderá ser organizado por tamanho
da Sucursal de Brasília
A mais recente controvérsia (das
muitas de sua vida) em que James
Billington se meteu diz respeito à
forma de guardar livros numa biblioteca: por assunto ou tamanho.
Até o final deste ano, a Biblioteca
do Congresso vai resolver se mantém o método tradicional (por assunto) ou passa para o recentemente proposto (por tamanho).
Billington disse à Folha que ainda não se decidiu. Mas sua argumentação indica clara tendência
para mudar.
Na Biblioteca do Congresso, o líder dos tradicionalistas é Tom
Mann, um dos muitos funcionários experientes capazes de localizar rapidamente qualquer livro solicitado pelo público dos 17,7 milhões que compõem seu acervo
(do total de 115 milhões de itens
como mapas, fotos, fitas etc.).
Mann acha que o novo sistema,
que dará a exata localização de um
volume mesmo que esteja ao lado
de outro que nada tenha a ver com
seu conteúdo, transformará a biblioteca num armazém e eliminará
o prazer de descobrir pela lógica.
Billington diz que a consulta do
público tem sido mais e mais limitada por causa de problemas como
furto, vandalismo e recolocação
equivocada de livros.
Do ponto de vista do público,
diz, o que importa agora é velocidade e precisão na localização do
item desejado. Quem quer "passear" o faz com mais conforto e rapidez num computador, que lista
os títulos por qualquer ordem.
Billington acha que, ainda que
pareça escandaloso a conservadores, no futuro, robôs trarão livros
ao público nas bibliotecas.
Interesses
A Biblioteca do Congresso, a
maior do mundo, mantém seis escritórios fora dos Estados Unidos,
um deles -o único da América
Latina- há 33 anos, no Rio.
O escritório compra e envia para
Washington livros, monografias,
periódicos, folhetos, cartazes, mapas, partituras, discos e vídeos.
Um de seus projetos mais importantes é o de "material efêmero"
(panfletos, pôsteres, jornais) produzido por movimentos populares
no Brasil a partir de 1966.
Cerca de 30 mil itens por ano são
adquiridos pelo escritório no Rio,
muitos por permuta ou doação.
Em 97, foram lançados dois CDs
com músicas folclóricas de Minas e
do Norte e Nordeste como parte do
projeto "Música Ameaçada", que
registra manifestações musicais
em extinção.
(CELS)
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