São Paulo, Sábado, 27 de Março de 1999
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"Revolução é desacreditada'

da Sucursal de Brasília

Talvez o mais influente livro escrito por James Billigton tenha sido "Fire in the Minds of Men" ("Fogo nas Mentes dos Homens"), de 80, relançado no fim do ano passado pela Transaction.
O livro defende a tese de que a crença na revolução como meio de transformação mundial constituía o cerne de uma "religião secular agonizante".
Na sua opinião, a queda dos regimes socialistas na Europa Oriental e a sobrevivência limitada a poucos países (Cuba, China e Coréia do Norte) dos dogmas revolucionários confirmaram a sua teoria.
Para Billington, o papel da revolução por métodos violentos, estruturado sobre uma ideologia racionalista e consagrado durante séculos a partir da Revolução Francesa, não é mais levado a sério internacionalmente.
"Os movimentos que derrubaram a Cortina de Ferro tiveram características quase opostas ao modelo revolucionário "clássico'", diz.
Na Polônia, Hungria, Tchecoslováquia e outros países do bloco soviético, a revolução veio de baixo, sem líderes, foi pacífica e teve forte componente de religiosidade espiritual.
"Tanto o conceito de revolução social quanto o de revolução nacional foram desacreditados."
Sua base ideológica, no entanto, continua a nortear o comportamento de alguns setores da intelectualidade e do jornalismo, o que os induz a graves erros. Por exemplo, ele acredita que as mudanças mais dramáticas na Rússia não têm sido registradas por jornalistas, que continuam "preocupados com líderes e grandes gestos políticos" e não vêem o que acontece nas bases da sociedade. (CELS)


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