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"Revolução é desacreditada'
da Sucursal de Brasília
Talvez o mais influente livro escrito por James Billigton tenha sido "Fire in the
Minds of Men" ("Fogo nas
Mentes dos Homens"), de
80, relançado no fim do ano
passado pela Transaction.
O livro defende a tese de
que a crença na revolução
como meio de transformação mundial constituía o
cerne de uma "religião secular agonizante".
Na sua opinião, a queda
dos regimes socialistas na
Europa Oriental e a sobrevivência limitada a poucos
países (Cuba, China e Coréia do Norte) dos dogmas
revolucionários confirmaram a sua teoria.
Para Billington, o papel da
revolução por métodos violentos, estruturado sobre
uma ideologia racionalista e
consagrado durante séculos
a partir da Revolução Francesa, não é mais levado a sério internacionalmente.
"Os movimentos que derrubaram a Cortina de Ferro
tiveram características quase opostas ao modelo revolucionário "clássico'", diz.
Na Polônia, Hungria,
Tchecoslováquia e outros
países do bloco soviético, a
revolução veio de baixo,
sem líderes, foi pacífica e teve forte componente de religiosidade espiritual.
"Tanto o conceito de revolução social quanto o de
revolução nacional foram
desacreditados."
Sua base ideológica, no
entanto, continua a nortear
o comportamento de alguns setores da intelectualidade e do jornalismo, o que
os induz a graves erros. Por
exemplo, ele acredita que as
mudanças mais dramáticas
na Rússia não têm sido registradas por jornalistas,
que continuam "preocupados com líderes e grandes
gestos políticos" e não vêem
o que acontece nas bases da
sociedade.
(CELS)
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