São Paulo, quinta-feira, 27 de abril de 2000


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EXPOSIÇÃO
"A Glória do Século de Ouro" traz obras do principal período da produção iconográfica holandesa
Rijksmuseum comemora 200 anos


de Paris

O maior museu de arte e de história da Holanda, Rijksmuseum (museu real), situado em Amsterdã, comemora 200 anos de fundação com uma exposição dedicada ao mais marcante período da produção iconográfica do país.
"A Glória do Século de Ouro" conta, por intermédio de cerca de 300 obras - quadros, esculturas, desenhos, gravuras e objetos de decoração-, a saga de uma geração de pintores holandeses que, no século 17, inauguraram uma nova linguagem nas artes plásticas, baseada no equilíbrio entre claridades e penumbras.
Os principais nomes do período estão na exposição, entre eles Vermeer, Frans Hals, Rembrandt, Ruisdael, Jan Steen, Pieter De Hooch, Fabritius e van Goyen.
Das obras selecionadas, metade pertence ao acervo do próprio museu. As demais vieram de museus europeus e americanos -como a Galeria Gemalde, de Berlim, o Getty, de Los Angeles- e de coleções particulares, como a da rainha da Inglaterra.
Distribuída em 24 salas, a exposição se articula em torno da monumental "Ronda Noturna" (1642), de Rembrandt, obra-prima que ocupa o ponto central da Galeria de Honra do museu.
Outros exemplares do jogo de luzes e sombras típico do pintor presentes à exposição são "A Lição de Anatomia do Dr. Tulp", "Tomada da Europa" e "As Núpcias de Samson".
As obras selecionadas para a exposição estão agrupadas cronologicamente e de acordo com o tema. Há belos exemplares de natureza morta de Willem Claesz Heda e Pieter Claesz e "portraits", paisagens e temas históricos dos seguidores de Rembrandt.
Trabalhos quase sempre desprestigiados, como o desenho e a gravura, também ganharam espaço na mostra, com obras assinadas por Seghers e van Ostade.
A seleção de "portraits" -estilo bastante apreciado na época- permite conferir o virtuosismo de Frans Hals, por exemplo, em "Retrato de Núpcias de Isaac Massa e Beatrix van der Laan".
A exposição ganhou também um toque polêmico: "Taça de Vinho", de Vermeer, que foi restaurada especialmente para a ocasião. O resultado da restauração não agradou aos críticos, que denunciaram a perda da "luminosidade original" da pintura, mas a exposição tem o mérito de mostrá-la pela primeira vez na Holanda, tomando-a emprestada da coleção da Gemalde.
Essa é a terceira vez que o Rijksmuseum aborda o tema do século de ouro. Outras retrospectivas sobre o século 17 foram montadas em 1985 e 1993, mas "A Glória do Século de Ouro" é considerada a exposição mais rica (tanto no sentido artístico quanto no financeiro) e vasta já realizada.
"A Glória do Século de Ouro" poderá ser visitada até os dias 17 de setembro -coleção de pinturas, esculturas e objetos decorativos- e 16 de julho -desenhos e gravuras. (RONALDO SOARES)


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