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EXPOSIÇÃO
"A Glória do Século de Ouro" traz obras do principal período da produção iconográfica
holandesa
Rijksmuseum comemora 200 anos
de Paris
O maior museu de arte e de história da Holanda, Rijksmuseum
(museu real), situado em Amsterdã, comemora 200 anos de fundação com uma exposição dedicada
ao mais marcante período da produção iconográfica do país.
"A Glória do Século de Ouro"
conta, por intermédio de cerca de
300 obras - quadros, esculturas,
desenhos, gravuras e objetos de
decoração-, a saga de uma geração de pintores holandeses que,
no século 17, inauguraram uma
nova linguagem nas artes plásticas, baseada no equilíbrio entre
claridades e penumbras.
Os principais nomes do período
estão na exposição, entre eles Vermeer, Frans Hals, Rembrandt,
Ruisdael, Jan Steen, Pieter De
Hooch, Fabritius e van Goyen.
Das obras selecionadas, metade
pertence ao acervo do próprio
museu. As demais vieram de museus europeus e americanos
-como a Galeria Gemalde, de
Berlim, o Getty, de Los Angeles-
e de coleções particulares, como a
da rainha da Inglaterra.
Distribuída em 24 salas, a exposição se articula em torno da monumental "Ronda Noturna"
(1642), de Rembrandt, obra-prima que ocupa o ponto central da
Galeria de Honra do museu.
Outros exemplares do jogo de
luzes e sombras típico do pintor
presentes à exposição são "A Lição de Anatomia do Dr. Tulp",
"Tomada da Europa" e "As Núpcias de Samson".
As obras selecionadas para a exposição estão agrupadas cronologicamente e de acordo com o tema. Há belos exemplares de natureza morta de Willem Claesz Heda e Pieter Claesz e "portraits",
paisagens e temas históricos dos
seguidores de Rembrandt.
Trabalhos quase sempre desprestigiados, como o desenho e a
gravura, também ganharam espaço na mostra, com obras assinadas por Seghers e van Ostade.
A seleção de "portraits" -estilo
bastante apreciado na época-
permite conferir o virtuosismo de
Frans Hals, por exemplo, em "Retrato de Núpcias de Isaac Massa e
Beatrix van der Laan".
A exposição ganhou também
um toque polêmico: "Taça de Vinho", de Vermeer, que foi restaurada especialmente para a ocasião. O resultado da restauração
não agradou aos críticos, que denunciaram a perda da "luminosidade original" da pintura, mas a
exposição tem o mérito de mostrá-la pela primeira vez na Holanda, tomando-a emprestada da coleção da Gemalde.
Essa é a terceira vez que o Rijksmuseum aborda o tema do século
de ouro. Outras retrospectivas sobre o século 17 foram montadas
em 1985 e 1993, mas "A Glória do
Século de Ouro" é considerada a
exposição mais rica (tanto no sentido artístico quanto no financeiro) e vasta já realizada.
"A Glória do Século de Ouro"
poderá ser visitada até os dias 17
de setembro -coleção de pinturas, esculturas e objetos decorativos- e 16 de julho -desenhos e
gravuras.
(RONALDO SOARES)
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