Queridinhos da crítica, grupo Grizzly Bear lança disco que colhe elogios nos EUA; A-Trak fará apresentação em SP

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

SAIU NESTA semana "Veckatimest", disco de nome impronunciável, de autoria do Grizzly Bear, banda americana de nome um pouco mais "pronunciável", mas não menos estranho.
Entendo se você pegar birra de "Veckatimest" antes mesmo de ouvi-lo. Parece nome de disco do Gilberto Gil. Mas foi batizado assim em homenagem a uma pequena ilha em Massachusetts (EUA).
"Veckatimest" está sendo reverenciado pela imprensa norte-americana. Nem o último do Animal Collective, darling da crítica dos EUA, parece ter colhido tantos elogios.
Não é difícil entender a recepção ao disco. Formado há uns cinco anos, em Nova York, o Grizzly Bear sempre passeou por um terreno esburacado: música de harmonias dissonantes, que vai da folk à eletrônica barroca. Violinos, violões, sintetizadores; a banda se apoia nos mais diversos instrumentos.
"Two Weeks", bem orquestrada, com belos vocais de apoio e um sintetizador alegre, é o primeiro single do disco -se é que dá para chamar qualquer música do Grizzly Bear com esse termo. A banda não tem preocupação em produzir singles, as "canções de trabalho", mais pop e de consumo digerível. "Two Weeks" é o mais próximo que o grupo chega de uma faixa pop -e ganhou um oportuno remix do Fred Falke.
Sentimentos diversos são percebidos em "Veckatimest": desassossego; descrença; deslocamento. Impossível não compará-lo com "Merriweather Post Pavilion", do Animal Collective -dois dos discos mais ambiciosos lançados em 2009, que buscam alargar as fronteiras do rock sem cair no experimentalismo bobo. Para não ficar apenas em elogios, o disco traz "Hold Still", faixa que prova como o indie rock americano às vezes consegue ser autorreferente e prepotente.
Muitas das faixas de "Veckatimest" podem ser ouvidas no site http://hypem.com.