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'Spik' é comédia frouxa
especial para a Folha
"Eu Não Spik Inglish" concorre
ao título de comédia mais sem graça dos últimos tempos. O que não
deixa de ser uma façanha, levando
em conta que o cineasta Carlo
Vanzina é filho de um grande diretor de comédias, Steno, que o ator
principal (Paolo Villaggio) é ótimo
e que o tema não podia ser mais
favorável ao riso: a invasão da Itália pela língua inglesa.
O argumento é bom: Sergio Colombo (Villaggio), diretor de uma
agência de seguros genovesa, tem
de aprender inglês a toque de caixa
quando a companhia é comprada
por uma firma britânica, sob pena
de perder o emprego.
Colombo (ironicamente homônimo de outro genovês, aquele que
descobriu a América) resolve ir a
Oxford para fazer um curso de
"imersão total" na língua de Shakespeare.
Aí, na passagem da Itália para a
Inglaterra, o humor do filme
-que já subaproveitava o talento
de Villaggio- se perde de vez.
Como se as infinitas possibilidades de confusão linguística não
fossem suficientes para fazer rir, o
diretor começa a atirar para vários
lados: coloca Colombo numa classe de meninos de 12 anos e termina
por melar a comédia numa fábula
piegas sobre a redescoberta da infância depois dos 60.
Nesse melê, o tema central acaba
sumindo. O resultado é um melodrama bobo entremeado de cenas
constrangedoras de pastelão.
Salvam-se umas poucas piadas e
alguns momentos de boa interpretação de Villaggio. É muito pouco
para a terra de Steno, Risi e Monicelli.
(JGC)
Filme: Eu Não Spik Inglish
Produção: Itália, 1995
Direção: Carlo Vanzina
Com: Paolo Villaggio, Paola Quattrini,
Chiara Noschiese
Quando: a partir de hoje, no cine Belas
Artes - sala Candido Portinari
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