São Paulo, sexta, 27 de junho de 1997.



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'Spik' é comédia frouxa

especial para a Folha

"Eu Não Spik Inglish" concorre ao título de comédia mais sem graça dos últimos tempos. O que não deixa de ser uma façanha, levando em conta que o cineasta Carlo Vanzina é filho de um grande diretor de comédias, Steno, que o ator principal (Paolo Villaggio) é ótimo e que o tema não podia ser mais favorável ao riso: a invasão da Itália pela língua inglesa.
O argumento é bom: Sergio Colombo (Villaggio), diretor de uma agência de seguros genovesa, tem de aprender inglês a toque de caixa quando a companhia é comprada por uma firma britânica, sob pena de perder o emprego.
Colombo (ironicamente homônimo de outro genovês, aquele que descobriu a América) resolve ir a Oxford para fazer um curso de "imersão total" na língua de Shakespeare.
Aí, na passagem da Itália para a Inglaterra, o humor do filme -que já subaproveitava o talento de Villaggio- se perde de vez.
Como se as infinitas possibilidades de confusão linguística não fossem suficientes para fazer rir, o diretor começa a atirar para vários lados: coloca Colombo numa classe de meninos de 12 anos e termina por melar a comédia numa fábula piegas sobre a redescoberta da infância depois dos 60.
Nesse melê, o tema central acaba sumindo. O resultado é um melodrama bobo entremeado de cenas constrangedoras de pastelão.
Salvam-se umas poucas piadas e alguns momentos de boa interpretação de Villaggio. É muito pouco para a terra de Steno, Risi e Monicelli. (JGC)
Filme: Eu Não Spik Inglish Produção: Itália, 1995 Direção: Carlo Vanzina Com: Paolo Villaggio, Paola Quattrini, Chiara Noschiese Quando: a partir de hoje, no cine Belas Artes - sala Candido Portinari


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