JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Adriano Senetiner é um dos produtores que visitou São Paulo neste ano para divulgar seus vinhos. Nascido em Parma, na Itália, Senetiner integra também outra longa lista: a de enólogos da bota que militam no mundo do vinho produzido longe de sua terra, mas perto da nossa: na Argentina.
Senetiner foi diretor da Nieto Senetiner, adega platina comprada por sua família em 1969 e que comandou até ser vendida, no fim dos anos 90. Foi precisamente nessa época, em 1997, que ele criou, também em Mendoza, sua própria vinícola, a Viniterra, cujos goles apresentou na semana passada.
A Viniterra tem cerca de 90 hectares de vinhas em Agrelo, área privilegiada da província. O enólogo Alejandro Rojas modela os vinhos com a ajuda do neozelandês Duncan Killiner, que estreou no Cone Sul assessorando algumas adegas uruguaias, como a Castillo Viejo e a Pizzorno.
Os destaques da prova ficaram com duas linhas: a Terra (básica) e a Viniterra (intermediária). Na primeira, agradou o Malbec 2007, de corpo médio e bom conteúdo de frutas vermelhas, macio em boca (86/100, R$ 35). Na Viniterra, menção para dois 2006, o Carmenère (cerejas, baunilha, leve chocolate, 87/100) e o Cabernet, unindo fruta, couro e especiaria, num paladar redondo (88/100, os dois custam R$ 59, todos à venda na Vinea, tel. 0/xx/ 11/3059-5205)