São Paulo, Segunda-feira, 27 de Setembro de 1999
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DVD

"Lady" é pura sensualidade

INÁCIO ARAUJO
Crítico de Cinema

George Cukor não foi apenas um diretor de atrizes. Foi um poeta do feminino, que não via como um gênero, uma unidade, mas da qual procurou retratar a infinita variedade.
Assim, não é de espantar que tenha se interessado loucamente por Elza Doollitle, isto é, Audrey Hepburn, ao filmar "My Fair Lady". A grosseira heroína, a quem o professor Higgins (Rex Harrison) tenta transformar em dama, contém todas as nuances possíveis do feminino.
De sua origem trará a baixa repressão (portanto, uma enorme sensualidade). O duro aprendizado das boas maneiras acrescentará um toque aristocrático a sua personalidade, sem dúvida, mas então o que esses bons modos lhe ensinam interessará menos do que o que ela trará à aristocracia.
"My Fair Lady" talvez seja o último dos grandes musicais. Um canto de cisne tão mais envolvente quanto a idéia de troca lhe é intrínseca: sem perceber, Higgins é tão deseducado por sua "lady" quanto a adestra.
George Cukor soube mostrar essa troca como euforia amorosa, sem dúvida, mas uma euforia cuja principal característica é a sensualidade, presente em cada fotograma de seu filme.


Avaliação:    

Filme: My Fair Lady
Diretor: George Cukor
Produção: EUA, 1964, 170 min.
Com: Rex Harrison, Audrey Hepburn Gênero: musical/romance
Legendas: português, espanhol e inglês
Idioma: inglês
Formato de tela: cinema (widescreen) ou normal (standard)


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