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CRÍTICA
Citações não estragam filme
CRÍTICO DA FOLHA
"A Festa Nunca Termina" pode divertir a todos, mas certamente vai agradar mais a
quem for bom entendedor do tema do filme: a cena musical de Manchester entre os 70 e os 90.
Dirigido por Michael Winterbottom, um dos mais prolíficos e irregulares diretores da novíssima geração do cinema inglês, o filme é repleto de referências ultra-específicas, participações especiais e piadas que podem escapar à maioria dos brasileiros. Mas o cineasta não estraga a festa e, sabiamente, faz uma brincadeira palatável para qualquer um. O roteiro,
esperto, ajuda. A fotografia, do
excelente Robby Muller, também.
A história é contada como um
documentário ou um programa
da MTV, sem grandes compromissos. Há muitas cenas da época
que são usadas e que algumas vezes são misturadas com material
novo de forma quase debochada.
Tony Wilson, o jornalista/empresário fundador da Factory, é figura central e o narrador. "A Festa..." não tem nenhum interesse
em contar a "verdade"; é, descaradamente, a versão de Wilson para
os fatos. Em certo momento emblemático, seu personagem diz:
"Este não é um filme sobre mim.
Sou um personagem menor na
minha própria história".
(PEDRO BUTCHER)
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