São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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CRÍTICA

Citações não estragam filme

CRÍTICO DA FOLHA

"A Festa Nunca Termina" pode divertir a todos, mas certamente vai agradar mais a quem for bom entendedor do tema do filme: a cena musical de Manchester entre os 70 e os 90.
Dirigido por Michael Winterbottom, um dos mais prolíficos e irregulares diretores da novíssima geração do cinema inglês, o filme é repleto de referências ultra-específicas, participações especiais e piadas que podem escapar à maioria dos brasileiros. Mas o cineasta não estraga a festa e, sabiamente, faz uma brincadeira palatável para qualquer um. O roteiro, esperto, ajuda. A fotografia, do excelente Robby Muller, também.
A história é contada como um documentário ou um programa da MTV, sem grandes compromissos. Há muitas cenas da época que são usadas e que algumas vezes são misturadas com material novo de forma quase debochada.
Tony Wilson, o jornalista/empresário fundador da Factory, é figura central e o narrador. "A Festa..." não tem nenhum interesse em contar a "verdade"; é, descaradamente, a versão de Wilson para os fatos. Em certo momento emblemático, seu personagem diz: "Este não é um filme sobre mim. Sou um personagem menor na minha própria história".
(PEDRO BUTCHER)


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