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São Paulo, sábado, 27 de setembro de 2003

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LITERATURA

Autor criou "The Paris Review" em 53

Escritor e jornalista George Plimpton morre aos 76, em NY

DA REPORTAGEM LOCAL

O escritor norte-americano George Plimpton morreu anteontem à noite, aos 76 anos, em seu apartamento em Manhattan, Nova York, nos EUA. A causa da morte não foi anunciada.
Aclamado como "figura central das letras americanas" quando, em 2002, foi nomeado para a Academia Americana de Artes e Letras, Plimpton passou boa parte de sua vida criando literatura de assuntos pouco literários. Com esse espírito, escreveu o livro "Paper Lion" (Leão de Papel), um documento no qual narra sua experiência quando jogava no time de beisebol Detroit Lions, em 1963.
Mas foi seu trabalho à frente da revista "The Paris Review", que ajudou a fundar em 1953, que o tornou conhecido e admirado no meio literário. A reputação da publicação concentrava-se em dois pontos: publicar trabalhos de autores emergentes e cultivar as entrevistas. Philip Roth e Jack Kerouac estão entre os autores "descobertos" por Plimpton. A entrevista mais conhecida é com William Faulkner, que fala de sua forma de composição literária. Mais respeitada que lida, a revista sobreviveu de doações de amigos.
Na década de 50, Plimpton iniciou uma produção jornalística "participativa", as bases do chamado "new journalism", que ele praticava como uma verdadeira arte de narrar o "pânico". Numa cultura onde milhões fantasiavam em transformarem-se em estrelas de cinema e heróis do esporte, Plimpton colocava-se como personagem, interferência sempre cômica e instrutiva.
Típico nova-iorquino, Plimpton sempre foi conhecido pelo público pelo lado "outsider", embora tenha nascido na alta sociedade, filho de pais diplomatas.
Ele parecia conhecer todo mundo, desde atletas a artistas, e mantinha uma conexão profunda com o mundo político. Robert Kennedy, por exemplo, foi seu colega de classe em Harvard.
Entre seus livros, está "Shadow Box" (Caixa de Sombra). Este ano, decidiu escrever suas memórias e assinou um contrato de US$ 750 mil (cerca de R$ 2 milhões) com a Little, Brown and Co..

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