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CINEMA
Série disseca os bastidores de Hollywood
LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
Hollywood senta no divã.
"Hollywood Inc." coloca em terapia de grupo, para falar sobre a
própria indústria, os personagens
principais da "cidade do cinema",
em que fracassos e sucessos podem estar separados por um simples encontro ou telefonema.
Em linguagem de making of e
com um pot-pourri de depoimentos de atores e diretores coletados em lançamentos de filmes, a
série tenta explicar por que o público pode querer (ou não) ver cada estréia. Ou, como os próprios
produtores definem: "Seis de cada dez filmes vão ser fracassos de
bilheteria, um empatará, dois irão
bem e um será ótimo, fazendo o
estúdio sobreviver outro ano".
No primeiro episódio, de um total de três, a figura do produtor,
quase sempre ignorada pelo grande público, é jogada para a frente
dos holofotes. São eles que escolhem um pequeno punhado de
histórias entre as centenas de propostas ouvidas e lidas para filmar.
"Hollywood é imprevisível", afirma Peter Gruber, produtor de
"Batman". "E é tudo sobre dinheiro, é uma empreitada comercial. Se não pensar assim, é melhor a pessoa virar poeta."
É engraçado ver as justificativas
de estrondosos fracassos, como
"Fim dos Dias", com Arnold
Schwarzenegger, contrapostas
aos problemas, às vezes até maiores, de sucessos de bilheteria
-como "As Panteras", que teve
"17 mil roteiristas" (18 na verdade), nas palavras de um deles, e
brigas intermináveis entre os astros do filme e o diretor e os produtores; ou "Shrek", cuja história
foi descoberta por duas crianças.
O programa tem seqüência falando sobre filmagens e termina
na sexta-feira retratando a batalha
entre os blockbusters.
"Hollywood Inc." tenta dar conta da caixinha de surpresas que
define a maior e a pior bilheteria
do ano. É da impossibilidade de
explicar esse mercado que provém o melhor desta série.
Hollywood Inc.
Quando: primeiro episódio hoje, às
12h30; segundo será exibido hoje, às
21h; e o terceiro, na sex., às 21h, no GNT
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