São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

BOM HUMOR
Receita de riso de um Confúcio de hospício

BARBARA GANCIA
Colunista da Folha


Certa vez, em um jantar na minha casa, na companhia de umas tantas madames mezzo Matarazzo, mezzo Suplicy, o querido editor Luís Carta, que Deus o tenha, a fim de atiçar o Butantã presente, jogou no ar a seguinte pergunta: "Qual o predicado, segundo as senhoras, mais importante em um homem?".
Assim que os ganidos de "riqueza" e "pintudez" cessaram, me atrevi a enfiar o meu pequeno bedelho: "bom humor", disparei. Nesse dia, não esqueço nunca, para meu grande orgulho, conquistei o Luís para sempre.
Pois bem-humorado é pinto perto do José Simão! Eu sei, eu sei, ele é são-paulino, com toda aquela leveza e charme que isso implica. Sei também, lá vai fofoca da brava, que o Monkey Simon, ao contrário do que transparece, é um dos sujeitos mais caxias de quem o Adib Jatene já ouviu falar. Sabemos todos, enfim, que o suave macaco fabricou duas úlceras estomacais só para que você seja agraciado com uma boa risada no café da manhã.
Simão acaba de montar mais um livro com colunas publicadas na Folha. Pois eu digo: "Macaco Simão em Nóis Sofre Mas Nóis Goza" é pura Marilena Chaui. Trata-se de uma profunda e comovente análise, de um atento apanhado sobre a verdade recente do Brasil. Rarará! Enganei um bobo na casca do ovo!
E, para ir compensando pela falta de substância até o presente momento, digo apenas que dona Ruth Cardoso, mais conhecida como dona "Pizza Hut", A-DO-RA o José Simão.
Percebe? A mulher mais séria do país, a quem o nosso macaco espinafra dia sim, dia não, leva as símias estocadas na maior esportiva. Segura essa, Dondoca!
Não é pra menos. O cara é o melhor criador de apelidos (Badan "Falhares", Mario "Covascilante", "Lulalelé") da selva e a única pessoa que consegue enganar todo um continente, fingindo ser louco de chamar ambulância, quando, na verdade, não passa de um Confúcio de hospício. Simão mistura essa coisa de sábio chinês com um toque antônio salomônico e prova por "a" mais "bê" que ser trelelé para uso externo é receita do punho de Ponce de Leon.
O novo livro do colunista é uma grande oportunidade para guardar em papel nobre e encadernado os "best hits" do melhor astral das manhãs tapuias (sorry, Angélica) e ainda ocupar aquele espaço vazio na biblioteca ao lado da intocada Barsa comprada por correspondência.
É mole? Né não. É livro para a Monica Chupinsky cair de boca. E, de zero a dez, na avaliação desta que vos fala, "Nóis Sofre" é de zero a dez. Rarará!


Avaliação:    


Livro: Macaco Simão em Nóis Sofre Mas Nóis Goza Autor: José Simão Editora: Iluminuras Quanto: R$ 22 (188 págs.)


Texto Anterior: Thriller: Pantanal best seller
Próximo Texto: Resenha da Semana - Bernardo Carvalho: O escritor da denegação
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.