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BOM HUMOR
Receita de riso de um Confúcio de hospício
BARBARA GANCIA
Colunista da Folha
Certa vez, em um
jantar na minha casa, na companhia
de umas tantas madames mezzo Matarazzo, mezzo Suplicy, o querido editor Luís Carta,
que Deus o tenha, a fim de atiçar o
Butantã presente, jogou no ar a
seguinte pergunta: "Qual o predicado, segundo as senhoras, mais
importante em um homem?".
Assim que os ganidos de "riqueza" e "pintudez" cessaram, me
atrevi a enfiar o meu pequeno bedelho: "bom humor", disparei.
Nesse dia, não esqueço nunca, para meu grande orgulho, conquistei o Luís para sempre.
Pois bem-humorado é pinto
perto do José Simão! Eu sei, eu sei,
ele é são-paulino, com toda aquela leveza e charme que isso implica. Sei também, lá vai fofoca da
brava, que o Monkey Simon, ao
contrário do que transparece, é
um dos sujeitos mais caxias de
quem o Adib Jatene já ouviu falar.
Sabemos todos, enfim, que o suave macaco fabricou duas úlceras
estomacais só para que você seja
agraciado com uma boa risada no
café da manhã.
Simão acaba de montar mais
um livro com colunas publicadas
na Folha. Pois eu digo: "Macaco
Simão em Nóis Sofre Mas Nóis
Goza" é pura Marilena Chaui.
Trata-se de uma profunda e comovente análise, de um atento
apanhado sobre a verdade recente do Brasil. Rarará! Enganei um
bobo na casca do ovo!
E, para ir compensando pela falta de substância até o presente
momento, digo apenas que dona
Ruth Cardoso, mais conhecida
como dona "Pizza Hut", A-DO-RA o José Simão.
Percebe? A mulher mais séria
do país, a quem o nosso macaco
espinafra dia sim, dia não, leva as
símias estocadas na maior esportiva. Segura essa, Dondoca!
Não é pra menos. O cara é o melhor criador de apelidos (Badan
"Falhares", Mario "Covascilante",
"Lulalelé") da selva e a única pessoa que consegue enganar todo
um continente, fingindo ser louco
de chamar ambulância, quando,
na verdade, não passa de um
Confúcio de hospício. Simão mistura essa coisa de sábio chinês
com um toque antônio salomônico e prova por "a" mais "bê" que
ser trelelé para uso externo é receita do punho de Ponce de Leon.
O novo livro do colunista é uma
grande oportunidade para guardar em papel nobre e encadernado os "best hits" do melhor astral
das manhãs tapuias (sorry, Angélica) e ainda ocupar aquele espaço
vazio na biblioteca ao lado da intocada Barsa comprada por correspondência.
É mole? Né não. É livro para a
Monica Chupinsky cair de boca.
E, de zero a dez, na avaliação desta
que vos fala, "Nóis Sofre" é de zero a dez. Rarará!
Avaliação:
Livro: Macaco Simão em Nóis Sofre Mas
Nóis Goza
Autor: José Simão
Editora: Iluminuras
Quanto: R$ 22 (188 págs.)
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