especial para a Folha

Dois vinhos "piratas" receberam a melhor classificação na primeira degustação oficial de Beaujolais Nouveau, no restaurante La Bourgogne, em São Paulo, na opinião de onze especialistas e enófilos.
O francês J. P. Chenet e o italiano Novello Cá Bolani ganharam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares, desbancando os outros nove vinhos leves e jovens disponíveis no mercado brasileiro, entre eles o famoso Georges Duboeuf, que ficou na sexta posição.
"Piratas porque ambos têm características um pouco diferentes de um Beaujolais Nouveau", explica Maurice Bibas, enófilo e chef-proprietário do La Bourgogne, que comandou a degustação.
"O J. P Chenet é feito das mesmas uvas (Gamay) de um Nouveau e segue o mesmo processo de vinificação (maceração carbônica, que confere à bebida aroma intenso e a torna pouco encorpada), mas fora da região de Beaujolais", explica.
Já o italiano Novello tem processo de vinificação semelhante, mas uvas e regiões diferentes.
Segundo Bibas e o enófilo Jorge Lucki, a grande surpresa foi a má classificação do "rei do Beaujolais" Georges Duboeuf. "Não está no mesmo nível dos outros anos, e isso causou espanto", diz Lucki.
Os piratas ainda ganharam no preço: o vencedor custa R$ 9,50, quase 50% a menos do terceiro melhor classificado, e o Novello sai por R$ 18,15.
Mesmo fora do padrão de um Beaujolais Nouveau, Bibas e Lucki acreditam que ambos possam ser tomados com o mesmo ar de festa característico do vinho, e que o fez famoso em todo o mundo.
(CRISTIANA COUTO) ²
Onde encontrar: J. P. Chenet (importadora La Pastina, r. da Alfândega, 146, Brás, tel. 011/225-7400) e Novello Cá Bolani (Pão de Açúcar, av. Nações Unidas, 13.947, tel. 011/ 542-7866)



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