CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Telas de Guignard, Volpi, Portinari, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral. Esculturas de Ceschiatti e Bruno Giorgi. Trabalhos de ícones da arte contemporânea, como Andy Warhol, Keith Haring e Jackson Pollock. Expoentes da arte latino-americana, como Xul Solar, Guillermo Kuitca e Joaquim Torres Garcia.
Uma rápida olhada na breve seleção de nomes mostra a importância do acervo do MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro), que acaba de ganhar um catálogo, em uma bem cuidada edição de 360 páginas, em que são apresentadas 197 obras.
O catálogo, lançado quarta-feira no Rio, faz parte da série dedicada a museus brasileiros que desde 1982 vem sendo publicada com o patrocínio do banco Safra.
"Nossa intenção é criar uma coleção que mostre os acervos dos principais museus brasileiros", disse Carlos Alberto Vieira, presidente do banco Safra.
Cada uma das obras apresentadas no catálogo é acompanhada por um texto biográfico sobre o autor e por informações a respeito da obra.
Um texto de Maria Carmen Zilio, assistente de curadoria do museu, sobre a história do MAM abre o volume, que é dividido em duas partes. Na primeira, é apresentado o acervo de artistas brasileiros.
Lá estão peças interessantes, como um torso feminino em bronze de Alfredo Ceschiatti ou a "Festa de Iemanjá", óleo sobre madeira feito por Cândido Portinari em 1959.
Há ainda obras representativas da arte moderna brasileira, como "Urutu", óleo sobre tela pintado por Tarsila do Amaral em 1928.
Também são apresentados trabalhos significativos da arte contemporânea brasileira, como o díptico "Pés", de Iole de Freitas, uma sequência de fotos impressas sobre vidro, feitas entre 1973 e 1997.
De Lygia Clark há uma máscara sensorial e uma escultura de borracha chamada "Obra Mole", entre outros trabalhos.
Tunga, Beatriz Milhazes, Leonilson, Daniel Senise, Adriana Varejão e outros artistas da geração 80 também estão representados no catálogo.
Na segunda parte do volume, é apresentado o acervo de obras internacionais do museu. Há uma serigrafia sem título de Andy Warhol, de 1975, e um óleo sobre tela de Keith Haring, entre outros trabalhos.

Tiragem
O livro sobre o MAM está sendo lançado com uma tiragem de 12 mil exemplares. De acordo com José Roberto Marcellino dos Santos, supervisor-geral do projeto, exemplares serão enviados para cerca de 400 museus em todo o mundo.
Representações do Brasil no exterior também receberão cópias do catálogo. Para o próprio MAM serão destinados 1.500 exemplares.
Marcellino e Vieira preferem não falar dos custos do projeto, mas afirmam que 50% do valor gasto tem os benefícios da Lei Rouanet.
O banco Safra ainda não decidiu qual será o próximo museu a ter seu acervo reunido em livro. De acordo com o presidente do banco, está sendo analisada a possibilidade de reunir acervos menores em um só volume.
"Há alguns acervos importantes, mas que são pequenos e que, por isso, não sustentariam um volume sozinhos. Por isso pensamos em produzir um volume com mais de um acervo", explicou Vieira.


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