São Paulo, Segunda-feira, 27 de Dezembro de 1999


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Incêndio em 1978 destruiu quase todo o acervo

da Sucursal do Rio

Depois do incêndio que, em 1978, destruiu 90% de seu acervo, o MAM-RJ conseguiu se recuperar e voltar a ser uma instituição de primeira linha entre os museus brasileiros.
O incêndio foi um gigantesco baque para o MAM. Em menos de uma hora, quase todo o acervo foi perdido. Da biblioteca especializada em artes plásticas, pouco sobrou.
O incêndio teve, para as artes plásticas, consequências trágicas. Foram destruídas, por exemplo, 80 pinturas da fase construtivista do pintor uruguaio Joaquim Torres Garcia.
Uma grande campanha de solidariedade no meio das artes plásticas foi deflagrada na época. A partir daí, o acervo começou a ser reconstruído.
Em 1993, o acervo do MAM recebeu, em regime de comodato, a coleção Gilberto Chateaubriand, com cerca de 3.500 obras. Além da coleção, o museu tem atualmente mais 2.095 obras de artes plásticas e 4.000 fotografias. Em 1998 recebeu, também em regime de comodato, mais uma coleção, desta vez de obras de Lygia Clark.

Sala emprestada
No início, o MAM funcionava em salas emprestadas por seus fundadores. Foi assim sua primeira exposição, montada em duas salas cedidas pelo banco Boavista no centro do Rio, em 1949, com obras emprestadas pelos colecionadores Niomar Muniz Sodré, Paulo Bittencourt e Roberto Marinho, entre outros.
Mas foi só em 1958 que o prédio onde até hoje funciona o museu foi inaugurado, pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
O projeto de Affonso Eduardo Reidy foi considerado revolucionário -o amplo vão livre e a construção em concreto e vidro sustentada por colunas, além dos jardins criados por Burle Marx, ganharam espaço em publicações especializadas.

Projeto Cultural
Desde o lançamento de seu primeiro volume, em 1982, mostrando o acervo do Museu de Arte de São Paulo, até o lançamento do trabalho sobre o MAM-RJ, a série de livros sobre museus brasileiros produzida pelo Banco Safra acumula uma tiragem de 262 mil exemplares.
Além de mostrar o acervo, a coleção tem a preocupação de contar a história de criação do museu e da formação de sua coleção.
Em um texto de 11 páginas, é contada a história do museu, desde as primeiras reuniões, em 1946, na casa do colecionador Raymundo de Castro Maya, no alto de Santa Teresa (centro do Rio).
Das reuniões participavam nomes como Oscar Niemeyer, Anibal Machado e Alcides da Rocha Miranda.
Foi nesses encontros que surgiu a idéia de criar uma instituição que abrangesse outras expressões artísticas, como cinema, teatro, música, literatura e dança -algo nos moldes do MoMA (Museum of Modern Art) de Nova York, fundado em 1929. (CG)


Texto Anterior: Literatura: Catálogo do MAM-RJ é transposto para livro
Próximo Texto: Volume traz cartas de artistas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.