São Paulo, quinta-feira, 28 de fevereiro de 2002

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MUNDO DE BACO

As boas (e não tão caras) novidades chilenas

JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

A pesar da queda na cotação do dólar, o preço dos vinhos importados não pára de subir. Muitos produtores europeus (junto a outros do Novo Mundo, especialmente australianos e californianos) aumentam em cada safra o valor das suas garrafas, transformando os preços em verdadeiras bolas de neve, capazes de derrubar o orçamento de qualquer mortal.
Uma boa estratégia para evitar o impacto é procurar refúgio no canto dos goles sul-americanos, como os chilenos, que continuam ainda com preços (um pouco) mais em conta. Uma das últimas novidades do outro lado da cordilheira a desembarcar no Brasil é a Viña Anakena. A vinícola leva o nome de uma praia rodeada de vulcões (que aparecem nos coloridos rótulos da casa) localizada na distante Ilha de Páscoa. A maior parte dos tintos e brancos da firma é oriunda do Vale do Rapel, uma das principais regiões vinícolas do país.
Na ala dos brancos chegaram um chardonnay e um sauvignon blanc, ambos safra 2000. O chardonnay (elaborado com uvas do Vale de Casablanca, uma das melhores áreas para o cultivo de uvas brancas no Chile) é um vinho simples, mas redondo, de corpo médio, com aroma e sabor que combina maçã em calda e lichia. O sauvignon blanc, mais ácido e vivaz, agrada pelo perfume de maracujá, típico da variedade, combinado com grapefruit.
Melhores ainda são dois Reserva que integram o time dos tintos, um merlot e um cabernet sauvignon, ambos safra 2000. O merlot mostra aroma que mistura madeira com frutas vermelhas e sabor equilibrado marcado por fruta e chocolate. O cabernet sauvignon -claro destaque entre os vinhos da Anakena degustados- é mais encorpado e potente. Cerejas, kirsch, certo aroma de resina e pinceladas de carvalho aparecem no seu aroma e sabor, bastante longo e concentrado, bem embrulhado em taninos finos.
Para quem gosta dos sauvignon blanc chilenos, há ainda outra boa novidade: o 35 South, marca da Viña San Pedro, que elabora o Cabo de Hornos, um dos tintos de ponta do país. O novo branco da San Pedro, safra 2000, tem aroma atraente, marcado por frutas tropicais, onde predomina o clássico maracujá, e paladar redondo.



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