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MUNDO DE BACO
As boas (e não tão caras) novidades chilenas
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
A pesar da queda na cotação
do dólar, o preço dos vinhos
importados não pára de subir.
Muitos produtores europeus
(junto a outros do Novo Mundo,
especialmente australianos e californianos) aumentam em cada
safra o valor das suas garrafas,
transformando os preços em verdadeiras bolas de neve, capazes de
derrubar o orçamento de qualquer mortal.
Uma boa estratégia para evitar o
impacto é procurar refúgio no
canto dos goles sul-americanos,
como os chilenos, que continuam
ainda com preços (um pouco)
mais em conta. Uma das últimas
novidades do outro lado da cordilheira a desembarcar no Brasil é a
Viña Anakena. A vinícola leva o
nome de uma praia rodeada de
vulcões (que aparecem nos coloridos rótulos da casa) localizada
na distante Ilha de Páscoa. A
maior parte dos tintos e brancos
da firma é oriunda do Vale do Rapel, uma das principais regiões vinícolas do país.
Na ala dos brancos chegaram
um chardonnay e um sauvignon
blanc, ambos safra 2000. O chardonnay (elaborado com uvas do
Vale de Casablanca, uma das melhores áreas para o cultivo de uvas
brancas no Chile) é um vinho
simples, mas redondo, de corpo
médio, com aroma e sabor que
combina maçã em calda e lichia.
O sauvignon blanc, mais ácido e
vivaz, agrada pelo perfume de
maracujá, típico da variedade,
combinado com grapefruit.
Melhores ainda são dois Reserva que integram o time dos tintos,
um merlot e um cabernet sauvignon, ambos safra 2000. O merlot
mostra aroma que mistura madeira com frutas vermelhas e sabor equilibrado marcado por fruta e chocolate. O cabernet sauvignon -claro destaque entre os vinhos da Anakena degustados- é
mais encorpado e potente. Cerejas, kirsch, certo aroma de resina e
pinceladas de carvalho aparecem
no seu aroma e sabor, bastante
longo e concentrado, bem embrulhado em taninos finos.
Para quem gosta dos sauvignon
blanc chilenos, há ainda outra boa
novidade: o 35 South, marca da
Viña San Pedro, que elabora o Cabo de Hornos, um dos tintos de
ponta do país. O novo branco da
San Pedro, safra 2000, tem aroma
atraente, marcado por frutas tropicais, onde predomina o clássico
maracujá, e paladar redondo.
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