São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997.



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MUSICAL
Montagem brasileira da comédia norte-americana permanecerá duas semanas num pequeno teatro nova-iorquino
Baianos levam 'Noviças Rebeldes' para EUA

ARMANDO ANTENORE
da Reportagem Local

O deboche, o nonsense e o humor negro da Cia. Baiana de Patifaria aportam brevemente em Nova York, mas só para brasileiro ver.
Entre 25 de novembro e 7 de dezembro, o quinteto encenará a comédia musical "Noviças Rebeldes" no Saint Clement, pequeno teatro de Manhattan.
A trupe -que faz a peça há dois anos, sempre com críticas elogiosas e casa cheia- sai do país pela primeira vez para reencontrá-lo.
É que o Saint Clement (na realidade, uma igreja católica desativada) se localiza em plena rua 46, batizada de "little Brazil" por abrigar muitos imigrantes brasileiros.
A curta temporada nova-iorquina da companhia somará 16 espetáculos, a maioria noturnos. Em cena, os atores Lelo Filho, Beto Mettig, Diogo Lopes, Fernando Marinho e Wilson de Santos irão falar apenas português.
Com capacidade para 200 pessoas, o Saint Clement está bem próximo dos grandes teatros da Broadway. Fica, por exemplo, a duas quadras do Lunt-Fontanne, onde se pode assistir à superprodução "Titanic".
Não é fácil, principalmente para estrangeiros, cavar espaço na área. O grupo de Salvador só conseguiu por força do dramaturgo americano Dan Goggin, que assina "Nunsense", a versão original de "Noviças Rebeldes".
Em dezembro do ano passado, o autor visitou São Paulo, viu a montagem baiana três vezes e gostou. Tratou, então, de intermediar a ida do quinteto para Nova York.
"Enquanto estivermos lá, Dan irá nos hospedar em seu próprio apartamento", conta Lelo Filho.
O aluguel do teatro, porém, ficará por conta da companhia. "Pagaremos um total de US$ 6 mil pelas 16 sessões", contabiliza o ator.
É menos do que a trupe costuma desembolsar. "Os bons teatros do Brasil cobram uma média de US$ 5 mil por quatro sessões semanais."
Goggin lançou "Noviças Rebeldes" há 13 anos. Só nos EUA, permaneceu uma década em cartaz. Vinte e seis países a exibiram, mas a versão baiana é a única com elenco exclusivamente masculino.
Estreou em Salvador no verão de 1995, passou por São Paulo e, dentro de 40 dias, segue para o Rio. Cerca de 180 mil pessoas já assistiram à peça, que tem direção de Wolf Maya e tradução de Flávio Marinho.
O enredo gira em torno de cinco religiosas que, sem saber dançar ou cantar, protagonizam um musical. Com a renda do espetáculo, irão pagar o enterro de outras quatro freiras que tomaram uma sopa envenenada e morreram.



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