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MUSICAL
Montagem brasileira da comédia norte-americana permanecerá duas semanas num pequeno teatro nova-iorquino
Baianos levam 'Noviças Rebeldes' para EUA
ARMANDO ANTENORE
da Reportagem Local
O deboche, o nonsense e o humor negro da Cia. Baiana de Patifaria aportam brevemente em Nova York, mas só para brasileiro ver.
Entre 25 de novembro e 7 de dezembro, o quinteto encenará a comédia musical "Noviças Rebeldes" no Saint Clement, pequeno
teatro de Manhattan.
A trupe -que faz a peça há dois
anos, sempre com críticas elogiosas e casa cheia- sai do país pela
primeira vez para reencontrá-lo.
É que o Saint Clement (na realidade, uma igreja católica desativada) se localiza em plena rua 46, batizada de "little Brazil" por abrigar muitos imigrantes brasileiros.
A curta temporada nova-iorquina da companhia somará 16 espetáculos, a maioria noturnos. Em
cena, os atores Lelo Filho, Beto
Mettig, Diogo Lopes, Fernando
Marinho e Wilson de Santos irão
falar apenas português.
Com capacidade para 200 pessoas, o Saint Clement está bem
próximo dos grandes teatros da
Broadway. Fica, por exemplo, a
duas quadras do Lunt-Fontanne,
onde se pode assistir à superprodução "Titanic".
Não é fácil, principalmente para
estrangeiros, cavar espaço na área.
O grupo de Salvador só conseguiu
por força do dramaturgo americano Dan Goggin, que assina "Nunsense", a versão original de "Noviças Rebeldes".
Em dezembro do ano passado, o
autor visitou São Paulo, viu a
montagem baiana três vezes e gostou. Tratou, então, de intermediar
a ida do quinteto para Nova York.
"Enquanto estivermos lá, Dan
irá nos hospedar em seu próprio
apartamento", conta Lelo Filho.
O aluguel do teatro, porém, ficará por conta da companhia. "Pagaremos um total de US$ 6 mil pelas 16 sessões", contabiliza o ator.
É menos do que a trupe costuma
desembolsar. "Os bons teatros do
Brasil cobram uma média de US$ 5
mil por quatro sessões semanais."
Goggin lançou "Noviças Rebeldes" há 13 anos. Só nos EUA, permaneceu uma década em cartaz.
Vinte e seis países a exibiram, mas
a versão baiana é a única com elenco exclusivamente masculino.
Estreou em Salvador no verão de
1995, passou por São Paulo e, dentro de 40 dias, segue para o Rio.
Cerca de 180 mil pessoas já assistiram à peça, que tem direção de
Wolf Maya e tradução de Flávio
Marinho.
O enredo gira em torno de cinco
religiosas que, sem saber dançar
ou cantar, protagonizam um musical. Com a renda do espetáculo,
irão pagar o enterro de outras quatro freiras que tomaram uma sopa
envenenada e morreram.
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