São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2000


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MÚSICA
Acervo de CDs, partituras e vídeos da orquestra pode ser consultado
Osesp abre centro de documentação

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

São 300 CDs, 1.400 partituras, periódicos, vídeos e gravações da Rádio e TV Cultura: este é o acervo que a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo coloca à disposição do público por meio do Centro de Documentação Musical (CDM) Eleazar de Carvalho.
O CDM, que será oficialmente inaugurado hoje, ocupa uma área de 236 m2 na sede da orquestra, a Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, tel. 0/xx/11/3351-8188).
Estará aberto ao público de segunda a sexta, das 14h às 18h. A consulta, tanto do material impresso quanto do sonoro, será gratuita e poderá ser feita em cabines de som para audição individual, em miniauditório de dez lugares para pesquisa de imagem ou na área de leitura.
O acervo não é circulante -os CDs, as partituras e outros itens têm de ser consultados no local, não sendo possível levá-los para casa ou fazer cópias.
Para marcar a inauguração do CDM, a Osesp dedica o concerto de amanhã (leia quadro ao lado) ao maestro que dá nome ao centro -o cearense Eleazar de Carvalho (1912-1996) ocupou, nos últimos 24 anos de sua existência, a direção artística da orquestra.
De acordo com Cláudia Toni, diretora-executiva da orquestra e idealizadora do CDM, o projeto do centro de documentação surgiu juntamente com a reestruturação da Osesp, iniciada em 97, a partir da necessidade de organizar o arquivo de partituras da orquestra. "Quando chegamos aqui, não havia a prática de comprar e alugar material", conta Cláudia.
Resultado: em muitos concertos, os músicos tinham em suas estantes xerox das partituras a serem executadas -prática impensável nos grandes corpos sinfônicos do planeta. "Não é compatível com uma orquestra que tem pretensão a uma carreira internacional fazer pirataria."
Daí surgiram, então, as grades orquestrais (partituras orquestrais completas), partituras de bolso e partes cavadas (partituras separadas de cada instrumento de orquestra) que compõem o acervo do CDM. Mas não era essa a única deficiência da estrutura da Osesp: "A orquestra não tinha memória", diz Cláudia. "Ninguém sabia onde estavam os programas, manuscritos, as fotos, qual o repertório que a Osesp já tinha tocado e que obras havia encomendado", afirma. Foi o início da hemeroteca.
Somou-se a isso a necessidade prática de colocar à disposição dos instrumentistas, para ser ouvido, o repertório executado pela orquestra, que acabou resultando na formação de um acervo de CDs. "Creio que o público que for ao CDM estará interessado, principalmente, em ouvir CDs", afirma a diretora-executiva. "No Brasil, o acesso a discos com um repertório mais sofisticado é difícil, e eles custam muito caro."
Também estará disponível para consulta o catálogo da Editora da Osesp que, em três anos, revisou e editou cerca de 25 obras de compositores brasileiros executadas pela orquestra (algumas delas, em primeira audição mundial).


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