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MÚSICA
Acervo de CDs, partituras e vídeos da orquestra pode ser consultado
Osesp abre centro de documentação
IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA
São 300 CDs, 1.400 partituras,
periódicos, vídeos e gravações da
Rádio e TV Cultura: este é o acervo que a Orquestra Sinfônica do
Estado de São Paulo coloca à disposição do público por meio do
Centro de Documentação Musical (CDM) Eleazar de Carvalho.
O CDM, que será oficialmente
inaugurado hoje, ocupa uma área
de 236 m2 na sede da orquestra, a
Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes,
s/nº, tel. 0/xx/11/3351-8188).
Estará aberto ao público de segunda a sexta, das 14h às 18h. A
consulta, tanto do material impresso quanto do sonoro, será
gratuita e poderá ser feita em cabines de som para audição individual, em miniauditório de dez lugares para pesquisa de imagem
ou na área de leitura.
O acervo não é circulante -os
CDs, as partituras e outros itens
têm de ser consultados no local,
não sendo possível levá-los para
casa ou fazer cópias.
Para marcar a inauguração do
CDM, a Osesp dedica o concerto
de amanhã (leia quadro ao lado)
ao maestro que dá nome ao centro -o cearense Eleazar de Carvalho (1912-1996) ocupou, nos últimos 24 anos de sua existência, a
direção artística da orquestra.
De acordo com Cláudia Toni,
diretora-executiva da orquestra e
idealizadora do CDM, o projeto
do centro de documentação surgiu juntamente com a reestruturação da Osesp, iniciada em 97, a
partir da necessidade de organizar o arquivo de partituras da orquestra. "Quando chegamos aqui,
não havia a prática de comprar e
alugar material", conta Cláudia.
Resultado: em muitos concertos, os músicos tinham em suas
estantes xerox das partituras a serem executadas -prática impensável nos grandes corpos sinfônicos do planeta. "Não é compatível
com uma orquestra que tem pretensão a uma carreira internacional fazer pirataria."
Daí surgiram, então, as grades
orquestrais (partituras orquestrais completas), partituras de
bolso e partes cavadas (partituras
separadas de cada instrumento de
orquestra) que compõem o acervo do CDM. Mas não era essa a
única deficiência da estrutura da
Osesp: "A orquestra não tinha
memória", diz Cláudia. "Ninguém sabia onde estavam os programas, manuscritos, as fotos,
qual o repertório que a Osesp já tinha tocado e que obras havia encomendado", afirma. Foi o início
da hemeroteca.
Somou-se a isso a necessidade
prática de colocar à disposição
dos instrumentistas, para ser ouvido, o repertório executado pela
orquestra, que acabou resultando
na formação de um acervo de
CDs. "Creio que o público que for
ao CDM estará interessado, principalmente, em ouvir CDs", afirma a diretora-executiva. "No Brasil, o acesso a discos com um repertório mais sofisticado é difícil,
e eles custam muito caro."
Também estará disponível para
consulta o catálogo da Editora da
Osesp que, em três anos, revisou e
editou cerca de 25 obras de compositores brasileiros executadas
pela orquestra (algumas delas, em
primeira audição mundial).
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