São Paulo, sexta-feira, 28 de junho de 2002

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LILO & STITCH

Animação é a mais anti-Disney já feita pela Disney

DO ENVIADO A ORLANDO

A dica de que algo mudou está na própria campanha publicitária. Nos cartazes espalhados pelos cinemas, personagens clássicos criados ou eternizados pela Disney como Branca de Neve, Pocahontas, a Bela e a Fera se juntam e olham horrorizados o mais novo e esquisito membro da turma.
Trata-se do alienígena malucão Stitch, o mais anti-Disney dos personagens criados pela Disney até hoje, que imita Elvis Presley, come para depois vomitar e inferniza a vida dos terráqueos antes de virar o melhor amigo da menininha revoltada e cheia de atitude Lilo, também fora dos padrões da casa da Cinderela.
Assim começa a animação cômica "Lilo & Stitch", feita pelos estreantes Chris Sanders e Dean DeBlois, que abre hoje no Brasil e deve ser uma surpresa para quem espera um "A Pequena Sereia".
A estratégia está dando certo. Em seu primeiro fim de semana nos EUA, "L&S" faturou US$ 35,3 milhões, conseguindo a sétima maior estréia de um desenho animado e a quarta maior da Disney.
Ficou menos de US$ 500 mil atrás do peso-pesado "Minority Report", thriller futurista de Steven Spielberg com Tom Cruise, a principal estréia da semana.

Volta da aquarela
Em "L&S", a mais moderna e cara animação em 3D deu lugar à técnica quase secular de aquarela, utilizada pela última vez em "Dumbo", de 1941.
"Resolvemos homenagear os clássicos, além de acharmos que a história funcionava mais com aquarela", disse à Folha o diretor Sanders. Homenagem ou não, o fato é que a técnica, mais barata, aliada à produção nos estúdios de Orlando, na Flórida, mais enxutos, contribuíram para um custo final de US$ 80 milhões, metade do que consumiu um hit recente da casa como "Monstros S.A.".
"Se você arrumar a parte econômica, esse pode ser um negócio interessante de novo", disse à Folha Thomas Schumacher, presidente de Animação da Disney.
Sim, mas a "parte econômica" só vinga se a história for interessante e levar a criançada aos cinemas, algo que os estúdios do chato Mickey Mouse não vinham conseguindo fazer nos últimos anos, com honrosas exceções.
Pode ser que "Lilo & Stitch", com toda a sua atitude politicamente incorreta, consiga virar o jogo. (SÉRGIO DÁVILA)


Lilo & Stitch
Idem    
Direção: Dean Deblois e Chris Sanders
Produção: EUA, 2002
Quando: a partir de hoje nos cines Belas Artes/Sala Cândido Portinari, Butantã 3, Center Norte 2 e circuito



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