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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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CRÍTICA

Sociólogo vê perspectivas

GILBERTO FELISBERTO VASCONCELLOS
ESPECIAL PARA A FOLHA

Refletir sobre o presente como história tem sido a orientação seguida por Emir Sader, um intelectual representativo da contemporaneidade brasileira e latino-americana. Marxista, simpático ao PT e parceiro de Frei Betto, que assessora o atual presidente da República.
Além de manter afinidades eletivas com o crítico inglês Perry Anderson, considerado por ele "o mais importante pensador socialista brasileiro", Sader situa-se no vértice da confluência entre CUT, MST, Fórum Social Mundial e revista "Caros Amigos". Seu compromisso militante é com o marxismo, remando contra o neoliberalismo na política e o pós-modernismo na cultura.
O tônico político vitalizador de sua geração foi a revolução cubana: a Cuba periférica e sem petróleo colocou na atualidade a revolução, tal qual o 17 soviético para a geração que leu "História e Consciência de Classe", de Lukács.
Não são poucos os autores marxistas que vislumbram hoje o socialismo pintando nos EUA -ou não teremos experiências socialistas no mundo. Esta é a vingança da história anunciada pelo velho Marx: o socialismo como resultado dos países capitalistas ricos.
O livro de Sader aborda a pesada herança de FHC e as perspectivas do incipiente governo Lula, indo em busca das origens do PT no berço sindicalista do ABC paulista com empresas multinacionais vinculadas à produção automobilística. Descarta o paralelo com Lech Walesa, mencionando no entanto o encontro de Lula com o líder operário polonês no ano da fundação do PT, encontro promovido pelo ex-petista, hoje tucano, Francisco Weffort.


Gilberto Felisberto Vasconcellos é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG).

A Vingança da História


    
Autor: Emir Sader
Tradução: José Rubens Siqueira
Editora: Boitempo Editorial
Quanto: R$ 27 (199 págs.)



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