DA REPORTAGEM LOCAL

"O Humano" foi o tema que pautou o último encontro da série de debates "Diálogos Impertinentes", no último dia 28 de julho, reunindo o biólogo, médico e educador Oswaldo Frota Pessoa, do Instituto de Biociências da USP (Universidade de São Paulo), e a monja zen-budista Coen Murayama, formada pelo mosteiro da Nagoya, no Japão, onde estudou durante 12 anos.
A mediação do evento foi feita por Mário Sérgio Cortella, professor do departamento de teologia e ciências da religião da PUC-SP, e pelo jornalista Bernardo Ajzenberg, ombudsman da Folha.
Na sua abertura, o debate homenageou o geógrafo Milton Santos, morto no último dia 24 de junho e que participou do primeiro ano do evento, em 1995.
O debate foi iniciado com Cortella perguntando acerca da pertinência do antropocentrismo, avaliado à luz da ciência e da religião, e questionando sobre a evolução.
Frota defendeu a teoria segundo a qual a evolução não teve intenção de chegar ao homem e que sua repetição seria impossível. "Se se repetisse de novo a história da Terra e dos seres vivos, certamente não aparecia a espécie humana."
Questionada sobre o tema, monja Coen procurou apontar pontos de contato entre as doutrinas. "Nós, no budismo, dizemos que tudo é origem interdependente, que nada existe sozinho. Então não é possível nenhuma repetição", afirmou.
Outro ponto sobre o qual se deteve o debate foi a questão da clonagem humana. "O problema do clone humano resulta do medo do desconhecido", disse Frota, questionado por Coen se não seria mais aceitável a clonagem de animais irracionais.
O próximo debate dos "Diálogos Impertinentes" acontece nesta segunda, às 21h30, sobre "A Moda". Participam do debate a consultora de moda Glória Kalil, autora do livro "Chic - Um Guia Básico de Moda e Estilo", e o sociólogo Dario Caldas, doutorando na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, e autor do livro "Universo da Moda".
A mediação será feita por Cortella e Ajzenberg.
O evento é promovido pela Folha, a PUC-SP e o Sesc e acontece no Teatro de Arena da PUC (r. Monte Alegre, 1.024, Perdizes, São Paulo), com entrada franca. Mais informações pelo telefone 0/xx/ 11/ 3224-3473.


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