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LANÇAMENTO
Nova gravadora vai apostar em pop, rock alternativo e música eletrônica; distribuição será da Universal
FNM quer comer a Trama pelas bordas
CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL
A Trama, gravadora que nasceu
há três anos com a pretensão de
ser provedora de música de qualidade, acaba de ver nascer sua primeira concorrente.
Com investimento inicial modesto -cerca de R$ 150 mil-, a
FNM (lê-se "fênemê", como o antigo caminhão) surgiu de uma
dissidência da Trama e deverá
apostar em filões parecidos: pop
rock brasileiro, hip hop, rock alternativo e música eletrônica
-inclusive a produzida no Brasil.
A vantagem que a FNM leva na
largada porém é uma parceria já
selada com a gigante Universal. A
"major" distribuirá os lançamentos da FNM pelo Brasil, namoro
que a Trama já havia aventado
sem sucesso. Além disso, a Universal abriu seu acervo à nova gravadora, que poderá pinçar artistas
e lançá-los sob sua marca.
Assim surgiram os primeiros
lançamentos internacionais da
FNM, que devem aterrissar nas
lojas nos próximos dias: o rock à
Led Zeppelin dos Hellacopters
(com o disco "High Visibility"), o
breakbeat do Crystal Method
("Tweekend") e o lounge eletrônico bacaníssimo do De-Phazz
("Death by Chocolate").
Racha
A história toda começou quando o então diretor geral da Trama,
João Paulo Mello, 44, comprou
uma master -fita ou CD com
gravações originais- da banda
Professor Antena.
"A idéia de criar a FNM começou com eles. Fiquei interessado
no som dos meninos, queria lançar. Isso poderia ter saído por um
subselo da Trama. Mas vi ali uma
oportunidade", conta Mello. O
disco "Prafrentex", do Professor
Antena, é o primeiro lançamento
nacional da FNM.
Para montar a gravadora, Mello
chamou o gerente internacional
da Trama, Marcelo Masky, 36. A
eles, somou-se Cristina Valente,
39, que já havia passado por EMI,
Sony Music, BMG, Abril Music,
Polygram.
"Não chegou a haver racha com
a Trama. O que aconteceu foi uma
diferença de objetivos. Desde o
tempo em que trabalhava na Virgin tinha vontade de montar uma
gravadora", explica Mello. O executivo foi um dos responsáveis
pela entrada da Virgin no Brasil.
Foi ali que trabalhou pela primeira vez com João Marcelo Bôscoli,
criador da Trama, que chamou
Mello para ajudar a montar a empresa. Lá, ele estruturou as áreas
internacional e de vendas.
"Na Trama, começamos do zero, com pouca gente. Numa salinha como essa aqui", lembra Mello. Outra semelhança com a Trama é a vontade de criar uma coerência entre os artistas que assinarão com a FNM.
"Essa coisa pop rock deverá ser
um norte para nós", diz a sócia
Cristina Valente. "O que vai importar mesmo é a qualidade da
banda. Queremos que nossos
produtos tenham uma cara."
Ao contrário da Trama, que tem
o grupo VR por trás, a FNM não
tem sócios capitalistas. Para suprir a falta de grana, os artistas
que saírem pela FNM serão sócios
da gravadora. "Eles vão pagar
uma parte dos gastos, e nós pagaremos outra. Isso embute responsabilidade à relação. Entramos
com o know-how, e os artistas
com a música", resume Masky.
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