São Paulo, segunda, 28 de setembro de 1998

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DRAMATURGIA
Geração começa a ganhar montagens

da Reportagem Local

O escritor Marcelo Rubens Paiva estréia as suas peças "E aí, Comeu?" e "O Predador Entra na Sala" no início do próximo ano, respectivamente sob direção de Paulo Betti, no Rio, e de Ulysses Cruz, em São Paulo.
A escritora Patrícia Melo faz os ajustes finais em "Duas Mulheres e um Cadáver", a ser dirigida -ainda sem data- por Renata Melo e Daniela Thomas.
O escritor José Roberto Torero estreou "Omelete" há uma semana no Rio, com direção de Hamilton Vaz Pereira.
É uma geração de autores mais conhecida por seus romances ou contos, mas que, de um jeito ou de outro, já experimentou -e insiste com- o teatro.
Patrícia Melo co-escreveu a peça "Duvidae", que estreou em 92, com direção de Luciana Chaui. Também já adaptou textos de Thomas Bernhard e de Marguerite Duras para o teatro.
O primeiro texto de ficção de Torero, que escreve sempre junto com Marcus Aurelius Pimentel, foi uma peça de teatro, "Sic Transit Gloria Dei", de 89.
Como Fernando Bonassi com "As Coisas Ruins da Nossa Cabeça", Torero também foi premiado naquele ano pela Secretaria de Estado da Cultura, em São Paulo. Mas nem um nem outro tiveram as suas peças montadas.
Também em 89, Paiva, que vinha de dois anos no curso de dramaturgia do Centro de Pesquisa Teatral (CPT) de Antunes Filho, estreou, com direção de Ricardo Karman, "525 Linhas". É sua única peça montada até hoje.
O que manteve os escritores fora do palco foi, além da relutância de diretores e atores, o renascimento do cinema, nesta década. De Bonassi a Patrícia Melo, todos escreveram roteiros e alguns até dirigiram seus próprios filmes.
Na maior parte, trabalham com igual prazer com diálogo ou narrativa -embora Torero, por exemplo, fale da dificuldade de criar ações para muitos personagens em cena, da dificuldade de ser "preciso pensar a ação".
Paiva, que chegou a ser ator, tem uma crítica mais direta. "É uma linguagem muito presa à mecânica da peça, muito careta", diz. "A literatura se libertou mais. Isso é irritante em teatro. As pessoas de teatro são muito caretas."
Patrícia Melo escreveu os romances "Elogio da Mentira" e "Acqua Toffana", entre outros. Marcelo Paiva, "Feliz Ano Velho" e "Blecaute". Torero, "Galantes Memórias e Admiráveis Aventuras do Virtuoso Conselheiro Gomes, o Chalaça" e "Terra Papagalli". (NELSON DE SÁ)



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