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TEATRO
"De Cá pra Lá, de Lá pra Cá", que estréia hoje, usa circo para descrever um dia na vida de coladores de cartazes
Parlapatões exploram arte do malabarismo
MÔNICA RODRIGUES COSTA
Editora da Folhinha
Estréia hoje, às 17h, no Centro
Cultural São Paulo, o espetáculo
"De Cá pra Lá, de Lá pra Cá", do
grupo Parlapatões, Patifes & Paspalhões, composto por Alexandre
Roit, Hugo Possolo e Raul Barreto.
A direção é de Carla Candiotto, e
a música, de Theo e Márcio Werneck. "De Cá pra Lá, de Lá pra Cá",
com roteiro de Roit e cenografia de
Luís Frúgoli, usa a técnica de malabares para descrever um dia na vida de três coladores de cartazes. À
moda dos palhaços, eles fazem trapalhadas típicas do picadeiro.
Vassouras, broxas e baldes sobem pelos ares, compondo a confusão da colagem de um cartaz que
se confunde com malabarismo.
"No final do espetáculo, há bolas
acesas, que brilham no escuro. Os
números com futebol e outros esportes vão funcionar com as crianças, pois elas têm a capacidade de
transformar os objetos", afirma
Raul Barretto.
Possuidores de repertório coerente, os Parlapatões estão no décimo trabalho da carreira, depois de
"PPP@WLLMSHKSPR.BR" e
"Não Escrevi Isto", levados ao palco também em 98. "Não Escrevi Isto" está atualmente em cartaz no
Sesc Pompéia até 13 de dezembro.
"Procuramos processos de ser
engraçado, tentamos resgatar a vitalidade que o teatro tem e que descobrimos na rua e a espetacularidade do circo. Isso não é novidade,
mas nos faz retomar aspectos que
foram abafados, talvez, em um certo período, quando o teatro ficou
um pouco sisudo", diz Possolo.
"De Cá pra Lá..." é o segundo trabalho do grupo para crianças. A
primeira montagem para o público infantil foi "Bem Debaixo de
Seu Nariz", originalmente de rua e
adaptado para o palco.
A diretora do espetáculo, Carla
Candiotto, palhaça do grupo Doutores da Alegria, que atua em hospitais de São Paulo, disse que seu
papel é sistematizar as cenas.
"Meu trabalho coincide com o
dos Parlapatões, temos a mesma linha de raciocínio, ainda que minha escola de palhaço seja a reprise
com enfoque teatral."
Possolo, Roit e Barretto são atores ou palhaços? Desse território
intermediário, em que os gêneros
da representação se confundem,
os Parlapatões atiçam o público,
mais uma vez, com piadas que ironizam a violência, a publicidade, a
banalização das imagens e que remetem à "commedia dell'arte", pelo menos no humor cáustico, de
provocação da platéia.
"As brincadeiras com o público
são agressivas, mas não constrangem o espectador, e com criança é
a mesma coisa, elas entendem,
pois são cruéis", diz Roit.
Para ser risível, Possolo diz que
explora do kitsch ao brega, seja
apiada do circo, a arte grotesca ou
"a tirada de estilo mais inteligente,
quando diz respeito ao assunto".
"O "Show das Águas Dançantes',
por exemplo, é uma grande piada
sobre um número que aparece no
circo. Ele é visualmente interessante, tem um lado kitsch, brega,
mas também não deixa de conter
uma crítica."
˛
Peça: De Cá pra Lá, de Lá pra Cá
Direção: Carla Candiotto
Com: Alexandre Roit, Hugo Possolo e Raul
Barretto
Onde: Centro Cultural São Paulo, sala
Adoniran Barbosa (r. Vergueiro, 1.000, tel.
011/277-3611)
Quando: sábados e domingos, às 17h
Quanto: R$ 8
Patrocínio: Panamco Spal
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