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DISCO/LANÇAMENTOS
Herbaliser lança o atmosférico "Very Mercenary"; o rapper londrino Roots Manuva é a surpresa de 99 na Inglaterra
Brit-Hop
THE HERBALISER
MARCELO NEGROMONTE
da Redação
Hip hop cinematográfico,
funk atmosférico, alguns brancos no octeto,
samplers, subúrbio rico e verdejante de Londres. The Herbaliser traz "Very
Mercenary", seu terceiro álbum,
sem querer salvar o mundo ou
"mostrar a realidade" -ou até o
façam, mas a realidade deles, o
que não é de toda insuportável.
Disco classudo. E lançado no Brasil pela minúscula Subsolo, representante da Ninja Tune inglesa.
O Herbaliser (nome que não diz
nada; é trocadilho com o sobrenome do compositor de jazz romeno Peter Herbolzheimer, que
nunca conseguiam pronunciar
corretamente) é liderado pelo DJ
old school Ollie Teeba, 29, e o programador Jake Wherry, ex-integrante de bandas de jazz e soul.
Teeba "não toca nada", a não ser
toca-discos, e começou o grupo
com Wherry tocando samplers
-o Herbaliser não tem um MC
fixo.
Fã confesso de trilhas sonoras
do final dos anos 60 e começo dos
70 -"É um pouco fora de moda"-, Teeba e grupo viajam num
grupo de rap sem rap, como disse
à Folha. O "herb" do nome da
banda não é por acaso.
Experimentos com batidas abstratas com forte raiz do rap velha-guarda (Grandmaster Flash, Sugarhill Gang) mesclado a funk
suave captados em celulóide. Como em "Goldrush", em que há algo de filme de ação cuja velocidade é refreada para melhor captar a
névoa funk.
A cantora Bahamadia (que está
tão bem quanto em "New
Forms", de Roni Size) suaviza
mais ainda, à Arrested Development, em "When I Shine".
Anos 70 se concentram em
"Moon Sequencer", com texturas
e filamentos psicodélicos, e Mind
in the Frame", com o MC Blade.
"Sensual Woman" é exatamente o que diz o título, é questão de
imaginá-la (a tal mulher, claro).
Herbaliser mudou de "Blow
Your Headphones" (97) pra cá.
Faz cinema espacial agora.
Avaliação: ![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Disco: Very Mercenary
Grupo: The Herbaliser
Gravadora: Subsolo
Quanto: R$ 20, em média
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