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São Paulo, Terça-feira, 28 de Dezembro de 1999
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ROOTS MANUVA Ele não é dark, é mais fértil do que isso. Roots Manuva, nascido Rodney Smith, 27, é a mais agradável surpresa do hip hop britânico deste ano. Seu disco de estréia, "Brand New Second Hand" (ou algo como "segunda mão novinho") tem semblantes ragga, dub, rap velha-guarda, batidas quebradas e uma voz incomum, seca, áspera, com influência toast, do filho de jamaicanos e criado no sul de Londres, ele, Roots Manuva. Manuva, gíria negra para movimento, aparece no álbum do Herbaliser e assombra no espantoso segundo álbum do Leftfield, "Rythm and Stealth", rapeando em "Dusted" ("The style is not free/ the style is expensive"). Em "Brand New Second Hand", o hip hop inglês pode agora ser assim chamado, e não mais trip hop. E, com Manuva, é underground, longe do mainstream à Puff Daddy e asseclas. É hip hop com poucos, mas seguros elementos sonoros, como em "Movements", que abre o álbum. Da imaginada insubordinação dos países do Terceiro Mundo diante de suas dívidas externas ("Juggle Tings Proper") a uma mera noite bêbado em um clube ("Inna"), Manuva fala o que bem entende. "Baptism" é um belo dueto com Wildflower, quase apenas com vozes. Seco, sem floreios. Assim como no quase toast "Wisdom Fall", desconcertante. "Roots-Fi Discotheque" é a música que todos do Wu-Tang Clan deveriam ouvir repetidas vezes. O brit-hop é muito mais significativo que o rap norte-americano; os EUA não tiveram colônias, dão voltas em torno deles mesmos e partem para o topo das paradas de modo simplista e reto. Com o brit-hop, Jamaica, Caribe, Índia, Paquistão, tudo se movimenta por baixo, fazendo da música um terreno mais fértil. E a voz mais original vinda do Reino Unido em 99 tem um nome: Roots Manuva, o movimento das raízes. (MN) Avaliação:  Disco: Brand New Second Hand Artista: Roots Manuva Gravadora: Subsolo Quanto: R$ 20, em média Texto Anterior: Disco/Lançamentos: Brit-Hop Próximo Texto: Outros lançamentos Índice |
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