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Comida
Brinde à brasileira
JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA
Os vitivinicultores brasileiros parecem estar rumando firme para um futuro borbulhante: a produção de espumantes
não pára de aumentar. Segundo
dados da União Brasileira de
Vitivinicultura, foram elaborados em 2002 cerca de 4,3 milhões de litros desse tipo de vinho. O volume pulou para quase 5,5 milhões de litros em
2004 e atingiu a marca de 6,7
milhões em 2005.
Motivos não faltam para que
a indústria foque neles. Além
de ter um clima ideal para o
consumo desses goles alegres e
vivazes, o país tem terrenos como o da serra gaúcha, no Rio
Grande do Sul, com entorno
ideal -clima temperado, que
permite obter vinhos menos alcoólicos, mais ácidos e delicados- e melhor, por exemplo,
que o dos nossos poderosos vizinhos do Cone Sul, Chile e Argentina, que têm vinhedos em
ambientes cálidos.
"Os lugares altos da serra,
mais frios, são especiais para a
elaboração de espumantes",
disse à Folha um enólogo com
experiência no tema: o chileno
Mario Geisse, proprietário no
sul da Cave de Amadeu, que
chegou ao Brasil em 1973 para
integrar-se à recém-criada
Chandon -uma das pioneiras
em apostar nas borbulhas de
qualidade no país.
Mas o crescimento não tem
sido apenas na quantidade.
Houve progressos nos vinhedos e nas cantinas e isso tem se
refletido na qualidade, animando muitas casas a lançar
versões "premium" (melhores
e, claro, bem mais caras) como
a Excellence, da Chandon, já
um clássico tupiniquim, ou a
Salton Evidence, e até a criar
alguns (belos) rosados.
Brancos ou rosés, topos de
gama ou não, há um bom leque
de espumantes nacionais com
preços para todos os bolsos
(veja uma seleção abaixo). Mas
vale a pena lembrar alguns
pontos para desfrutá-los plenamente. Esses vinhos devem ser
servidos a uma temperatura de
6ºC a 8ºC. Basta para isso deixá-los por uns 20 ou 30 minutos num balde com água e gelo.
É importante também abri-los
com cuidado, pela alta pressão
dentro das garrafas. Afaste o
gargalo do rosto, remova a
gaiola segurando bem a rolha e
retire-a devagar, impedindo a
saída brusca do gás (e a perda
das charmosas bolhinhas) e
evitando que ela escape causando estragos ao seu redor.
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