São Paulo, quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Entre tacos e bolinhas de golfe, Eagle serve grelhados e fartos pratos baianos

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Se você pensar num campo de golfe dentro de São Paulo, com um restaurante à sua espera, provavelmente imaginará coisas bem diferentes do que é o Eagle, o restaurante do FPG Golf Center. Se você gosta de golfe (finge que gosta para seduzir clientes ricos), talvez saiba que há mais de um lugar deste tipo na cidade. A melhor comida você vai encontrar no One Golf Club, onde o ambiente é bem sofisticado. Mas o restaurante Eagle talvez seja o mais descontraído, o mais parecido com o clube de campo familiar (e bem dentro da cidade), onde você vai pensar menos no dinheiro e mais na área verde à sua volta.
A surpresa é que, entre japoneses e yuppies levando bailes dos tacos e das bolinhas, você encontra uma comida de raiz: de um lado, carnes grelhadas de verdade, em churrasqueira de carvão; de outro, cozinha baiana preparada pela chef Angélica Sousa, nascida em Trancoso.
Os esportistas talvez estranhem a fartura dos pratos. Mas os visitantes não devem reclamar da quantidade de comida, inclusive do arroz, da batata frita ou da farofa que os acompanham. E os executivos agradecerão a conexão wireless, que permite que adiantem, nos laptops, os negócios que porventura tenham feito no gramado. A seção baiana do cardápio traz moqueca de peixe (bem temperada e saborosa, um pouco salgada), bobó de camarão (com ingredientes picadinhos que dão uma textura interessante) e casquinhas de siri que vêm com a farofa à parte, além da pimenta vermelha. A outra atração são os grelhados, na churrasqueira de carvão (o bife de chorizo é farto e barato, embora não venha no ponto pedido).
À noite, pizzas feitas no forno à lenha.
Se ocorrer de, num bom prato, aparecerem pequenos cabelos, não adianta ser gentil como minha acompanhante -que, solidária, avisou do problema (salientando que não estava reivindicando nenhum desconto, apenas avisando). O resultado foi que a equipe veio à mesa desconfiada, queria ver os cabelos (que obviamente não havíamos guardado), não pediu desculpas nem esboçou aquela mínima gentileza (oferecer um licor, descontar um prato) -pelo contrário, levou a conta de volta ao perceber que não havia incluído o couvert! O que reforça a idéia, preconceituosa talvez, de que golfe no Brasil quer parecer chique, mas no fundo não é questão de elegância, só de dinheiro.


josimar@basilico.com.br

EAGLE BAR & RESTAURANTE
Avaliação:

Endereço: r. Dep. João Bravo Caldeira, 273, Planalto Paulista, tel. 0/xx/11/5587-5110 Funcionamento: seg. a sex., das 8h30 às 23h; sáb. e dom., das 8h30 às 20h30
Ambiente: aberto para o gramado do campo de treinamento de golfe
Serviço: sem afetação
Vinhos: oferta mínima
Cartões: D e M
Estacionamento com manobrista: R$ 6 (1ª hora), R$ 3 (as demais)
Preços: sanduíches, R$ 4,90 a R$ 16,40; entradas, R$ 10,90 a R$ 19,80; pratos principais: R$ 13,80 a R$ 34,80; pizzas: R$ 15,00 e R$ 19,00; sobremesas: R$ 4,80 a R$ 7,90


Texto Anterior: Velho Mundo também tem boas novidades
Próximo Texto: Bebida: Célebre uísque escocês chega agora ao Brasil
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.