MÁRIO MOREIRA

da Sucursal do Rio

O músico argentino Fito Páez, 33, pretende fazer um disco só com suas canções brasileiras preferidas, gravado em conjunto com músicos brasileiros.
A revelação foi feita por ele ontem, no bate-papo conjunto com Herbert Vianna, 35, do Paralamas do Sucesso, e usuários do UOL (Universo Online), serviço on line e provedor de acesso à Internet dos grupos Folha e Abril.
Durante 1 hora e 20 minutos (das 17h às 18h20), os dois compositores responderam às perguntas de seus fãs via computador. No total, 71 pessoas participaram.
Questionado sobre sua entrada no mercado brasileiro, Páez disse não ter sentido nenhuma dificuldade ``porque o Brasil não é um mercado, é um grande território com uma grande cultura, onde não se penetra, mas se deve deixar penetrar''.
Já Herbert disse que seu intercâmbio frequente com artistas da Argentina teve origem numa viagem feita àquele país em 86. ``Fiquei chapado com a qualidade da música que se faz ali.''
Fito Páez disse que a pergunta que mais lhe agradou foi sobre o título da música ``Cadaver Exquisito'' (``Cadáver Saboroso'') -segundo ele, o primeiro poema do movimento surrealista, em que uma pessoa escrevia uma frase num papel, dobrava-o e passava para que outra, sem ler, escrevesse o verso seguinte.
``Acho que os destinos das pessoas, dos povos e do universo podem ser comparados com essa idéia. Particularmente, ela me ajudou a contar neste momento o terrível naufrágio da sociedade argentina'', disse Páez.
O argentino afirmou ainda, em resposta a um fã que lhe perguntou o que sentira ao escutar sua música ``Um Vestido e um Amor'' cantada por Caetano Veloso: ``Quando escutei, descobri minha música. Não sabia que era assim''.
Levado em tom bastante informal, o bate-papo deu margem a brincadeiras entre os dois músicos. Herbert perguntou a Páez o que achava dos quatro títulos mundiais do Brasil no futebol. A resposta foi impublicável.
Houve também cenas de tietagem explícita, como a da fã Dedé com Fito Páez.
``É isso que você está vivendo: conversar sem saber se a pessoa está lendo sua resposta ou paquerando'', disse Dedé. ``Gostaria de te conhecer pessoalmente. Prefiro o contato de pele que o do chat'', respondeu ele.
Outras perguntas foram consideradas irrespondíveis, como uma para Herbert sobre o futuro da música. ``Pega leve, Maurício! Qual o futuro da raça humana?'', disse o músico.
Ao final, os dois disseram ter adorado a experiência. ``O que mais me chamou a atenção foi a informalidade'', disse Herbert. ``É muito interessante, você precisa ter humor e rapidez para responder a todo mundo'', disse Páez.
Quem quiser conhecer a íntegra do bate-papo pode fazê-lo acessando o site http://www.uol.com.br/chat/bp_para.htm.

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