|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA/ESTRÉIA
Em seu 20º aniversário, uma das ficções científicas mais famosas da história do cinema estréia no Brasil em versão remasterizada e reeditada
ET volta a chamar
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
E.T., o extraterrestre que virou
sinônimo de alienígena no mundo inteiro, popularizou a frase
"E.T. phone home", faturou US$
720 milhões só de bilheteria de cinema, inspirou programa de TV
("Alf, o ETeimoso") e, no Brasil,
ganhou até quadro na extinta "TV
Pirata" ("Manoalf, o ETremoços",
uma versão lusa), voltou a telefonar na semana passada e chega
hoje às salas de cinema de São
Paulo.
É a versão remasterizada e reeditada de uma das ficções científicas mais famosas da história do
cinema, "E.T. - O Extraterrestre",
que mereceu versão especial comandada pelo diretor Steven
Spielberg por ocasião do 20º aniversário do filme.
Veja abaixo o que mudou na
história do extraterrestre deixado
para trás na Terra por sua família
que acaba se envolvendo com o
menino Elliott (Henry Thomas),
sua mãe (Dee Wallace-Stone) e
seus irmãos (Drew Barrymore e
Robert MacNaughton):
* Há 2min30s de cenas inéditas.
A primeira é de E.T. tomando banho de banheira enquanto Elliott
fala com sua mãe ao telefone, que
havia sido cortada por limitações
técnicas (o boneco era muito poroso e absorvia a água), resolvidas
agora com recursos digitais;
* A outra mostra a mãe do menino indo procurar os filhos de
carro na noite do Dia das Bruxas;
* No final do filme, os policiais
perseguiam os garotos com revólveres. Spielberg apagou as armas
e colocou walkie-talkies nas mãos
dos soldados, que continuam engraçadamente com o dedo num
gatilho invisível;
* Cortou também a fala "Sem
revólveres! Eles são apenas crianças", por motivos óbvios, e mudou uma palavra do diálogo em
que o filho mais velho dizia à mãe
que sairia fantasiado de "terrorista". Pós 11/9, virou "hippie";
* Algumas cenas da famosa corrida espacial de bicicleta foram refilmadas com mais recursos tecnológicos, usando dublês magros
e pequenos como atores;
* O som foi todo refeito e quase
todas as cenas em que aparece o
E.T. ou sua nave-mãe ganharam
uma "maquiagem" digital, deixando tudo mais "real".
Os apelos analógicos do homenzinho de metro e pouco de altura, no entanto, não chegaram a
impressionar uma platéia desmamada com leite digital. Em sua
reestréia nos EUA, no fim de semana passado, o filme ficou em 3º
lugar, com modestos US$ 15,1 milhões de bilheteria.
Perdeu para o ultraviolento
"Blade 2" (US$ 33,1 milhões),
continuação baseada na HQ homônima, e para a animação "A
Era do Gelo" (US$ 31,1 milhões),
dois sucessos predominantemente adolescentes. Sinal dos tempos?
Provavelmente.
Que fim levaram
Se "E.T." marcou a vida de muito espectador pelo mundo, o mesmo não se pode dizer de grande
parte de seus participantes. Com
exceção do diretor Steven Spielberg, obviamente, de Drew Barrymore e, em menor grau, de Peter
Coyote, o resto despontou para o
anonimato.
A mãe, Dee Wallace-Stone, 52,
fez dezenas de filmecos e hoje é
professora de técnicas motivacionais e auto-ajuda. O irmão mais
velho, Robert MacNaughton, 35,
trabalha de empacotador num
posto de correio do Arizona.
Já o próprio Elliott, o ator Henry
Thomas, 30, estreou exatos 30 filmes depois de "E.T.", com apenas
um sucesso, "Lendas da Paixão",
com Brad Pitt. Esperou em vão
ser chamado por Spielberg para o
elenco de "O Resgate do Soldado
Ryan". Agora, faz uma pequena
participação no próximo Martin
Scorsese, "Gangues de Nova
York".
Ah, sim: a voz do alienígena teve
melhor sorte. É Debra Winger,
em participação não-creditada,
que desde então virou uma das
atrizes mais respeitadas de Hollywood, com papéis em "Atraiçoados", "O Céu que Nos Protege",
"Laços de Ternura" e "A Força do
Destino", entre outros.
Texto Anterior: Cia. Elevador encontra Pé no Chão Próximo Texto: Crítica: Vinte anos depois, nós pioramos Índice
|