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CRÍTICA
Vinte anos depois, nós pioramos
DE NOVA YORK
A cena logo no início denuncia que, sim, a cópia pode estar estalando de nova, mas este filme não foi feito em 2002: pré-adolescentes americanos aparecem
bebendo cerveja e -parem as rotativas- fumando!
Por mais que os garotos continuem fazendo as mesmas coisas
(Hollywood é que não registra),
mudou o mundo, o cinema, até
Spielberg mudou -e tentou mudar alguns aspectos de "E.T.".
Mas sua tocante fábula sobre a
amizade entre um menino especial e um extraterrestre permanece tão forte quanto antes.
É refrescante rever como todo o
filme acontece a partir do olhar
das crianças. O único adulto a
mostrar o rosto durante os dois
primeiros terços de "E.T." é a
mãe. E ela não é propriamente
"gente grande", já que os filhos a
dominam e ela reage infantilmente ao abandono do marido.
O outro adulto que dá as caras
no filme -e só no fim- é o misterioso Keys, ele também uma
criança grande, alguém que teve
contato com o extraterrestre
quando pequeno e desde então
vive em função do reencontro.
Não é por outro motivo que os
suecos proibiram o filme para
menores de 11 anos; a censura local julgou que a obra retratava os
adultos como inimigos das crianças (e não são mesmo?).
Vinte anos depois, não foi
"E.T." que ficou melhor; nós é que
pioramos.
(SD)
E.T. - O Extraterrestre
E.T: The Extra-Terrestrial
Direção: Steven Spielberg
Produção: EUA, 1982
Com: Dee Wallace-Stone, Henry
Thomas, Drew Barrymore
Quando: a partir de hoje nos cines
Anália Franco, Eldorado, Interlagos,
Pátio Higienópolis e circuito
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