São Paulo, sexta-feira, 29 de março de 2002

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CRÍTICA

Vinte anos depois, nós pioramos

DE NOVA YORK

A cena logo no início denuncia que, sim, a cópia pode estar estalando de nova, mas este filme não foi feito em 2002: pré-adolescentes americanos aparecem bebendo cerveja e -parem as rotativas- fumando!
Por mais que os garotos continuem fazendo as mesmas coisas (Hollywood é que não registra), mudou o mundo, o cinema, até Spielberg mudou -e tentou mudar alguns aspectos de "E.T.".
Mas sua tocante fábula sobre a amizade entre um menino especial e um extraterrestre permanece tão forte quanto antes.
É refrescante rever como todo o filme acontece a partir do olhar das crianças. O único adulto a mostrar o rosto durante os dois primeiros terços de "E.T." é a mãe. E ela não é propriamente "gente grande", já que os filhos a dominam e ela reage infantilmente ao abandono do marido.
O outro adulto que dá as caras no filme -e só no fim- é o misterioso Keys, ele também uma criança grande, alguém que teve contato com o extraterrestre quando pequeno e desde então vive em função do reencontro.
Não é por outro motivo que os suecos proibiram o filme para menores de 11 anos; a censura local julgou que a obra retratava os adultos como inimigos das crianças (e não são mesmo?).
Vinte anos depois, não foi "E.T." que ficou melhor; nós é que pioramos. (SD)



E.T. - O Extraterrestre
E.T: The Extra-Terrestrial
    
Direção: Steven Spielberg
Produção: EUA, 1982
Com: Dee Wallace-Stone, Henry Thomas, Drew Barrymore
Quando: a partir de hoje nos cines Anália Franco, Eldorado, Interlagos, Pátio Higienópolis e circuito




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