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São Paulo, sábado, 29 de março de 2003

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FILMES E TV PAGA

Dick Tracy
SBT, 15h45.
  
(Dick Tracy). EUA, 90, 104 min. Direção: Warren Beatty. Com Warren Beatty, Madonna. Beatty reuniu um superelenco para reencontrar o detetive Dick Tracy (ele próprio), às voltas, sobretudo, com o grande chefão Big Boy Caprice (Pacino). Muita estilização e absolutamente nada de prático.

Corra que a Polícia Vem Aí
Globo, 16h25.
   
(The Naked Gun). EUA, 88, 85 min. Direção: David Zucker. Com Leslie Nielsen, Priscilla Presley. O tenente Frank Drebin (Nielsen) ficará famoso, a partir deste filme que abre uma série, por sua incompetência desastrada. Neste burlesco, ele tem por missão desbaratar plano para assassinar a rainha da Inglaterra. Bom humor.

Shine - Brilhante
SBT, 23h45.
   
(Shine). Austrália, 96, 105 min. Direção: Scott Hicks. Com Geoffrey Rush, Armin Mueller-Stahl. O estranho destino de um jovem prodígio do piano (Rush), cujos problemas mentais afetarão seriamente seu futuro e sua carreira. Bom filme, valorizado pela interpretação de Rush (que ganhou o Oscar) e Mueller-Stahl.

Armadilhas do Destino
Globo, 23h55.
 
(Say Nothing). Canadá/EUA, 2001, 94 min. Direção: Allan Moyle. Com William Baldwin, Nastassia Kinski. Bela mulher de marido desempregado arranja um amante bonitão em Miami. Ao voltar, descobre que o marido arranjou emprego e fica feliz. E descobre que o novo patrão era seu novo amante.

Um Cavalo para Danny
SBT, 1h45.
 
(A Horse of Danny). EUA, 95. Direção: Dick Lowry. Com Ron Brice, Gary Basaraba. Garota de 11 anos, que vive com o tio, um treinador de cavalos, um belo dia vê Tom Polegar, um belíssimo animal. Para possuí-lo, ela jogará nas corridas, contando com a sorte para comprá-lo, e com a boa vontade do tio para adestrá-lo. Feito para TV.

Emmanuelle - Paraíso Selvagem
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle 6). EUA, 94, 77 min. Direção: Bruno Zincone. Com Natalie Uher, Tamira. Depois que é encontrada, nas últimas, na floresta amazônica, Emmanuelle procura ajuda para recuperar sua memória.

Vivendo no Passado
SBT, 3h30.
 
(Heaven Tonight). Austrália, 89, 95 min. Direção: Pino Amenta. Com John Waters, Rebecca Gilling. Músico frustrado, que fez breve sucesso na juventude, agora tem um filho, também músico, cujo êxito o faz lembrar de seu fracasso. O conflito torna-se inevitável. As referências são bem más, mas o princípio é, em todo caso, animador. Só para São Paulo.

Tarzan e os Caçadores
SBT, 5h15.
  
(Tarzan and the Trappers). EUA, 58, 70 min. Direção: Charles Haas/Sandy Howard. Com Gordon Scott, Eve Brent. Depois que Tarzan captura um comerciante de animais selvagens, o irmão desse tenta se vingar. Os nativos, por sua vez, ajudarão Tarzan. Só para São Paulo. (IA)

Fritz Lang afirma o lado laico do mundo

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Há de tudo que o cinema pode oferecer nestes dois filmes que o Telecine Classic exibe no fim de semana, "O Tigre de Bengala" (hoje, 22h) e "O Sepulcro Indiano" (amanhã, 22h).
Há amor e ódio, grandes castelos, homens perversos, elefantes, sensualidade, destino, símbolos, perigo, maus atores, bons atores, um quê cafona e outro sublime. É como se Fritz Lang (1890-1976), terminado seu exílio de mais de 20 anos nos EUA, quisesse retomar as coisas no ponto em que havia deixado.
Nos EUA, Lang nunca teve à disposição os recursos de seu início de carreira. Virava-se com orçamentos visivelmente apertados. Talvez por isso, em seu painel indiano, ele volta a um argumento escrito décadas atrás por Thea von Harbou (sua ex-mulher, que se converteu ao nazismo e permaneceu na Alemanha quando Lang deu no pé) sobre um arquiteto alemão que se apaixona por uma dançarina, por azar a mesma mulher por quem está apaixonado o príncipe para quem ele trabalha.
A dançarina descobre, em sua companhia, que é mestiça: metade indiana, metade européia. Quem quiser, pode ver aí psicanálise de quinta categoria. Pode ser. O fato é que por aí Lang coloca o problema central do filme: a que mundo pertence essa mulher?
Louis Skorecki, grande crítico francês, notou que a distância entre Lang e Alfred Hitchcock (1899-1980) é que, para o inglês, o homem é sempre inocente, enquanto para Lang ele existe sempre em estado de danação.
Na mesma linha, pode-se dizer que Hitchcock tinha em mente, sempre, Deus e a alma, enquanto Lang descreve, neste par de preciosos filmes, um mundo tomado de religiosidade para melhor afirmar não a supremacia ocidental, e sim o lado laico do mundo.
Problema: hoje também, com horário superposto, passa "Macunaíma" (23h, Canal Brasil), um dos grandes filmes de Joaquim Pedro de Andrade.



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