VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O pavilhão da fama vai ferver com a disputa de duas vedetes: a morena Roxie Hart versus a loira Velma Kelly. É o embate das estrelas na superprodução "Chicago" (R$ 5,9 milhões), o musical que abre temporada amanhã no teatro Abril, em São Paulo.
Velma (Danielle Winits) e Roxie (Adriana Garambone) são as estrelas assassinas que, mesmo atrás das grades, tentam brilhar na mídia com seus habilidosos dotes de cantoras e dançarinas.
Uma matou o amante. A outra, o marido e a irmã, pela dupla traição. Apesar das fichas, elas não abdicam do sucesso a qualquer custo, mediadas pelo advogado Billy Flynn (Daniel Ventura), um galanteador também em busca dos holofotes, e pela carcereira Mama Morton (Selma Reis), que tampouco dá de barato.
O espetáculo, uma criação do diretor e coreógrafo americano Bob Fosse (1927-87), em parceria com Fred Ebb (letras) e John Kander (canções), foi convertido em "clássico" dos musicais. Estreou na Broadway há 29 anos. Em 2002, a história foi adaptada para o cinema e acabou ganhando o Oscar de melhor filme.
No palco, o drama é mais em baixo. Despido dos chamados efeitos especiais, "Chicago" depende da voz, dos movimentos e do carisma de 24 atores-cantores-bailarinos e 17 músicos.
A orquestra fica no centro, recuada ao fundo. São 11 números no primeiro ato e dez no segundo. Escritos em inglês, os versos são cantados em português, traduzidos por Cláudio Botelho.
Depois do épico "Les Misérables" e da peça-para-a-família "A Bela e a Fera", a terceira estréia seguida da CIE no teatro Abril (antigo Paramount) esbanja sensualidade, de olho no público adulto.
"Chicago" deve ficar em cartaz até dezembro. Para 2005, a CIE prevê "O Fantasma da Ópera".