São Paulo, quinta-feira, 29 de abril de 2004

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"Sobregravura" questiona os usos do papel

JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se a gravura é essencialmente uma obra de arte sobre o papel, a coletiva "Sobregravura" questiona essa premissa. A exposição de 33 obras de Camila Rubini, Mariana Lima, Laurita Salles, Marco Buti, Cláudio Mubarac, Helena Freddi e Regina Carmona, na galeria Gravura Brasileira, mostra possibilidades de suportes.
"O papel é tão utilizado por ser o melhor material, mais fácil e leve, para criar uma gravura, que é feita, também, para ter outras edições, reproduções", diz Mubarac. "Mas não vejo hoje o uso de outros suportes com o fim da criação de um novo gênero, mas por serem novos meios para a nossa expressão artística."
O papel é substituído por polipropileno, tecidos, peças cilíndricas de latão maciço, prata sobre látex pigmentado, chumbo e folha de prata, feltro e tripa de boi e até mesas de bar de chapa de ferro. Outra questão, além dos suportes que dão dimensões às vezes esculturais às obras, é o papel da matriz. Um aspecto presente também nas obras de Salles, Buti e Carmona. "A matriz tem uma característica de dualidade. É a matriz ou é a gravura? Ela muda de lugar conforme o processo de criação", diz o curador Eduardo Besen.
Na exposição há trabalhos de Salles, Buti e Mubarac, que são parte da história recente da gravura no Brasil (de ecos fortes a partir dos anos 30), e de Camila Rubini e Mariana Lima, da Faap e da ECA, respectivamente.


SOBREGRAVURA. Onde: Gravura Brasileira (r. Fradique Coutinho, 953, SP, tel. 0/xx/11/3097-0301). Quando: de seg. a sex., 10h às 18h; sáb., das 11h às 15h. Até 31/5. Quanto: entrada franca.


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