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"Sobregravura" questiona os
usos do papel
JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se a gravura é essencialmente uma obra de arte sobre o papel, a coletiva "Sobregravura" questiona essa
premissa. A exposição de 33
obras de Camila Rubini, Mariana Lima, Laurita Salles,
Marco Buti, Cláudio Mubarac, Helena Freddi e Regina
Carmona, na galeria Gravura Brasileira, mostra possibilidades de suportes.
"O papel é tão utilizado
por ser o melhor material,
mais fácil e leve, para criar
uma gravura, que é feita,
também, para ter outras edições, reproduções", diz Mubarac. "Mas não vejo hoje o
uso de outros suportes com
o fim da criação de um novo
gênero, mas por serem novos meios para a nossa expressão artística."
O papel é substituído por
polipropileno, tecidos, peças
cilíndricas de latão maciço,
prata sobre látex pigmentado, chumbo e folha de prata,
feltro e tripa de boi e até mesas de bar de chapa de ferro.
Outra questão, além dos suportes que dão dimensões às
vezes esculturais às obras, é
o papel da matriz. Um aspecto presente também nas
obras de Salles, Buti e Carmona. "A matriz tem uma
característica de dualidade.
É a matriz ou é a gravura? Ela
muda de lugar conforme o
processo de criação", diz o
curador Eduardo Besen.
Na exposição há trabalhos
de Salles, Buti e Mubarac,
que são parte da história recente da gravura no Brasil
(de ecos fortes a partir dos
anos 30), e de Camila Rubini
e Mariana Lima, da Faap e
da ECA, respectivamente.
SOBREGRAVURA. Onde: Gravura
Brasileira (r. Fradique Coutinho,
953, SP, tel. 0/xx/11/3097-0301).
Quando: de seg. a sex., 10h às 18h;
sáb., das 11h às 15h. Até 31/5.
Quanto: entrada franca.
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