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Shorty é destaque em festival de jazz de Nova Orleans
Músico que encerra o evento no domingo é um dos poucos artistas locais a assinar com gravadora multinacional
Trombonista e compositor diz que trará mesma banda e repertório para shows que fará em agosto no Bourbon Street Fest em São Paulo
CARLOS CALADO
ENVIADO ESPECIAL A NOVA ORLEANS
Aos 24 anos, ele representa
como nenhum outro músico jovem de Nova Orleans o destaque que a cidade, conhecida como o "berço do jazz", tem conquistado nos EUA e na mídia
internacional, especialmente
após a estreia da série de TV
"Treme" (produção do canal
pago HBO) e a inusitada vitória
dos Saints, o time local de futebol americano, no Superbowl.
Mais conhecido como Trombone Shorty, o músico Troy
Andrews acaba de lançar "Backatown" (selo Verve Forecast/
Universal), primeiro CD produzido e distribuído por uma
gravadora multinacional, com
participações do astro pop
Lenny Kravitz e do pianista
Allen Toussaint, veterano da
música local.
O trombonista e compositor
se apresenta no próximo domingo, com sua banda Orleans
Avenue, no encerramento da
41ª edição do New Orleans Jazz
& Heritage Festival, um dos
maiores eventos musicais do
mundo, no qual tocou pela primeira vez aos quatro anos.
"O Jazz Fest, como o chamamos, é muito importante em
vários aspectos como a economia da cidade e os músicos", diz
Shorty, em entrevista à Folha.
"Centenas de milhares de pessoas frequentam nosso festival
todos os anos. Além de se apaixonar pela cidade, elas descobrem os artistas e as bandas locais e, assim, começam a acompanhar as carreiras deles."
Shorty, que atuou em alguns
episódios de "Treme", se mostra animado com a repercussão
da série. "Está contribuindo
para que Nova Orleans seja colocada de vez no mapa. Já era
tempo de nossa cultura receber
o reconhecimento que merece", diz o músico, que nasceu e
cresceu nas proximidades de
Tremé, subdistrito retratado
na atração.
Com shows confirmados em
São Paulo, no próximo Bourbon Street Fest (de 14 a 22/8),
Shorty avisa que trará ao Brasil
a mesma banda e basicamente
o mesmo repertório que vai
exibir no festival de Nova Orleans. "Nosso som é extremamente dançante e energético.
Nós o chamamos de "supafunk-rock" porque mistura rock, soul
e funk com muita energia. Será
uma festa tão animada quanto
o Carnaval do Brasil ou o de
Nova Orleans", compara.
Um dos raros músicos da
Louisiana contratados hoje por
uma grande gravadora, com
distribuição internacional,
Shorty vai participar nesta semana do Sync Up, um simpósio
anual sobre o mercado da música que acontece em Nova Orleans. Terá a carreira debatida
como caso de sucesso.
"Só tenho 24 anos, mas comecei cedo e já tenho bastante
para contar", diz, consciente de
já ter se transformado em modelo imitado por garotos que
pretendem ser músicos. "Essa
é outra razão pela qual quero
progredir cada vez mais. Meu
instrumento já me abriu muitas portas, é meu passaporte."
O New Orleans Jazz & Heritage Festival segue de hoje a
domingo com shows de Aretha
Franklin, Elvis Costello, Pearl
Jam, B.B. King e Wayne Shorter entre outros. A expectativa
é a de que o evento bata recorde de público, aproximando-se
de 600 mil expectadores.
O jornalista CARLOS CALADO viajou a convite
do evento
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