JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Já que os rodízios de sushi (ou correlatos em bufê) tomaram conta da cidade mesmo, vivo à caça de onde é possível topar com um destes lugares de preço fixo e menu fechado e onde seja possível ter uma refeição japonesa com um mínimo de qualidade. Um dos que melhor espaço ocupava em minha memória era o Sushi Guekko, que funcionava numa casa ampla na Vila Nova Conceição onde conviviam o sistema à la carte (balcão de sushi e cozinha) e, no andar de cima, em determinados horários, um bufê de sushis e pratos quentes a preço fixo. Era provavelmente o melhor da cidade de São Paulo. Após cinco anos, o Sushi Guekko mudou para a Liberdade, há pouco mais de dois anos. Instalou-se num edifício onde funcionam vários restaurantes japoneses -inclusive o Sushi Isao, do mesmo casal de donos, Isao e Tomoko Matsuyama. Mas o Guekko já não é o mesmo. Claro, há as diferenças evidentes nas instalações, que se tornaram mais pobres e precárias -apenas uma sala apertada, onde mal sobra espaço para as pessoas circularem para abastecer os pratos no bufê, tudo com jeito de restaurante comum da Liberdade. Mas isso não seria um problema e poderia ser até um atrativo pelo lado pitoresco da tradição da comunidade japonesa paulistana do bairro. O que faz falta, em primeiro lugar, é o sushi, que é oferecido com pouca variedade de peixes e é cortado e montado com certa displicência. Uma pena. Nos pratos quentes, há bons empanados, mas também peixes fritos demais. Restam, dos tempos de glória do Guekko (que anunciou estar eliminando o serviço à la carte), a variedade de ingredientes: continua sendo talvez o único rodízio da cidade que serve camarões em abundância (no sushi, empanados, fritos), uni (ouriço-do-mar), polvo e outros itens mais caros sem qualquer restrição -o que também faz com que seu preço, maior que a média dos rodízios, tampouco pareça tão alto.

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