EDSON FRANCO
Editor de Veículos

Como contar a história dos músicos seminais do jazz em meia hora? Com essa pergunta na cabeça, a NVC Arts produziu a série "Jazz Heroes", que a Bravo Brasil exibe a partir desta quarta-feira.
Para conseguir a concisão necessária, a produção resolveu concentrar a abordagem dos programas no período em que o músico e sua escola atingiram o auge.
Foi uma saída esperta, que, apesar de restringir o foco, tira a série da superficialidade.
Quando os depoimentos de músicos e críticos estão centrados em datas, aspectos biográficos e teoria musical, a coisa flui. Mas, ao falar de estilo e fraseado, os entrevistados enveredam por um labirinto de adjetivos estéreis.
Músicos contemporâneos, de instrumento em punho, mostram parte da técnica dos gigantes do jazz. Salpicadas ao longo dos programas, essas intervenções são a maior razão de ser dessa série, já que não há ali cenas e fotos inéditas ou depoimentos que surpreendam pelas revelações ou análises mais profundas.
A série começa com Gerry Mulligan, o responsável pela viabilização do sax-barítono no jazz. O programa mostra a participação do músico no cool jazz, descreve sua ousadia ao dispensar o piano no quarteto que montou com Chet Baker e passa pelos três meses de prisão e pelas experiências mais recentes do saxofonista.
Dizzy Gillespie, trompetista que é o tema do segundo programa da série, teve realçada sua participação na formação e estruturação do be-bop, apesar de ter passado por várias outras escolas.
A série "Jazz Heroes" deve ser vista por contextualizar autor, obra e cenário. Mas, principalmente para o ouvido, deixa uma sensação de quero mais.

Série: Jazz Heroes
Programas: Gerry Mulligan (1º/7, às 20h); Dizzy Gillespie (4/7, às 21h30); Ella Fitzgerald (4/7, às 23h); Thelonious Monk (11/7, às 18h); John Coltrane (11/7, às 18h30) e Wes Montgomery (18/7, às 23h)
Onde: canal Bravo Brasil



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