São Paulo, segunda, 29 de junho de 1998

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"Agora é a vez de cultivar minhas raízes"

da Agência Folha, em Fortaleza

"Estou descobrindo minha segunda natureza", afirmou a atriz Florinda Bolkan em relação à sua primeira experiência de direção.
Em entrevista à Agência Folha, ela disse acreditar que a indústria cinematográfica brasileira é viável e que o desafio de nossos cineastas é fazer filmes que sejam "amados pelo público". Leia os principais trechos da entrevista. (PM)

Agência Folha - Como tem sido a experiência de trabalhar por trás das câmeras?
Florinda Bolkan -
Eu tive uma grande surpresa. Estou sentindo uma intimidade imensa com esse novo trabalho. Acho que, no fundo, era um coisa que tinha dentro de mim e que está fluindo muito naturalmente. Estou descobrindo minha segunda natureza.
Agência Folha - Dirigir está sendo prazeroso. Isso significa que você vai direcionar sua carreira nesse rumo?
Florinda -
Esse é meu primeiro filho e vamos ver como é que ele vai nascer. Tenho muita confiança que esse será um filme bonito, verdadeiro. O que virá depois é a vida que vai dizer.
Agência Folha - Você fez toda sua carreira no exterior, principalmente na Itália, e pouca coisa no Brasil. Esse filme faz parte de um movimento em direção ao mercado brasileiro?
Florinda -
Acho que o mercado brasileiro é muito importante. Mas não voltei porque considero o mercado brasileiro importante, mas porque tinha que voltar. Senti a necessidade de contar essa história e ela está sendo viabilizada no filme.
Agência Folha - Por que só agora você resolveu tentar o mercado brasileiro?
Florinda -
Eu sou uma pessoa fatalista. De repente, você sente que aquela é a pele que você tem de vestir. No passado, alguém deve ter escrito que eu deveria ter uma experiência lá fora. Agora é a vez de cultivar minhas raízes.
Agência Folha - Que perspectivas você vê para a indústria cinematográfica no Brasil?
Florinda -
Acho que ela é viável. "Central do Brasil" serviu para provar isso. Temos de trilhar esse caminho -fazer filmes que sejam amados pelo público. O erro é fazer filmes voltados para seus diretores.



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