DA REPORTAGEM LOCAL

Noite Ilustrada morre e deixa música como testamento, em dois CDs inéditos. "Ao Mestre com Carinho" reverencia o conterrâneo Ataulfo Alves (1909-69), a quem ele já havia dedicado um disco nos anos 60.
A voz aparece intacta, apesar da doença, em clássicos excêntricos do samba, como "Ai, Que Saudades da Amélia", "Laranja Madura", "Leva Meu Samba", "Meus Tempos de Criança"...
É mais ou menos o repertório que deixou também em disco-testemunho de 1995 o paulista Itamar Assumpção (1949-2003). Levaram, ambos, o samba torto, o amor por Ataulfo, o câncer, o abandono pelo país que os fez.
Noite deixa ainda uma outra oferenda: um disco só das canções de desdita e vingança do gaúcho Lupicinio Rodrigues (1914-74), como "Nervos de Aço", "Volta" e "Se Acaso Você Chegasse".
Porta-voz da exclusão e da volta por cima, Noite morre cantando os arautos da exclusão -e dando uma última volta por cima. (PAS)


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