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GASTRONOMIA
VINHOS
País vizinho deve chegar à liderança dos importados no mercado brasileiro
Argentina se renova para ter espaço internacional
JORGE CARRARA
ENVIADO ESPECIAL A MENDOZA
Classificados em segundo lugar
no ranking de vinhos importados
em 2003 (atrás apenas do Chile),
os vitivinicultores argentinos se
preparam para assumir neste ano
a liderança no Brasil.
Qualidade para isso não falta.
Nos últimos dez anos, a indústria
vitivinícola do país passou por
um processo de renovação de vinhedos e cantinas destinada a
aprimorar os seus vinhos, alinhando-os com as preferências
do mercado internacional.
Um giro pelos terrenos vinícolas platinos permite ver claramente a transformação que teve lugar
e o nível que alcançaram os exemplares argentinos.
Em matéria de vinhos, o coração do país ainda é Mendoza, mas
outras províncias, como Salta e
San Juan já mostram bons goles.
Abaixo, alguns dos destaques e
novidades vindos de Mendoza:
Bodega O. Fournier: nova adega -fruto de capitais espanhóis- que conta com tintos intensos elaborados principalmente
com uvas Tempranillo (claro traço da sua origem ibérica). Urban
Uco é o vinho básico, agradável e
com boa fruta; Bcrux é o intermediário, mais encorpado; e Acrux,
o topo da casa: denso e estruturado.
O da safra 2002, degustado lá, é
o melhor provado até agora, integrante do primeiro time argentino. A linha Acrux deve ganhar
também um Malbec 2002 (concentrado, macio e persistente) de
tirar o chapéu. Vale a pena aguardar por eles (importados pela
Grand Cru, tel. 0/xx/11/3062-6388).
Finca Sophenia: outra novidade. Sophenia foi fundada em 1997
por Roberto Luka (ex-executivo
de Finca Flichman). Apesar da
sua juventude, seus vinhos impressionaram bem de ponta a
ponta.
No canto mais simples estão os
Altosur, com menção para o Malbec 2003, redondo e saboroso.
Um degrau acima se encontram
os Finca Sophenia, um conjunto
de varietais bem feitos, onde outro Malbec 2003 de paladar amplo
e longo teve grande desempenho.
É bom ficar de olho nesta casa
(Expand, tel. 0/xx/11/4613-3333).
Bodegas Salentein: os seus Finca El Portillo continuam sendo
umas das melhores opções custo-benefício argentinas. No topo do
seu portfólio, a Salentein ganhou
um novo integrante: o Primus
Merlot safra 02 (que deve desembarcar em breve no Brasil), um vinho com boa textura e expressão
de fruta em boca, sem dúvida a
nova estrela da adega. (Wine
House, tel. 0/xx/11/3704-7313).
Bodegas Trapiche: suas origens
remontam ao século 19, mas seus
vinhos têm perfil muito atual. Na
visita foram provadas cerca de 20
amostras, todas com qualidade
consistente. Brilharam os Fond de
Cave, como o Chardonnay 2003,
intenso e elegante, e o Bonarda,
também 2003, um novo tinto da
linha, muito interessante, marcado por aromas e sabores de geléias e compotas. (Impexco, tel.
0/xx/21/2424-1624).
Viña Doña Paula: empreendimento do grupo chileno Claro,
proprietário da Viña Santa Rita. A
firma tem belos tintos e brancos,
com marcantes características de
fruta. Os melhores? Difícil escolher. Lá foi degustada uma dúzia
de vinhos e a nota mais baixa foi
85 pontos em 100. Mas o destaque
geral foi o Doña Paula Sauvignon
Blanc 2003, delicioso no nariz e na
boca, talvez o melhor Sauvignon
Blanc do país, e com o Selección
de Bodega 2002, um tremendo
tinto de paladar cativante, aveludado e muito persistente (importadora Grand Cru).
O colunista Jorge Carrara viajou a Mendoza a convite da Wines of Argentina
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