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CRÍTICA
Grupo espanta com sonoridade madura
COLUNISTA DA FOLHA
Se você não souber nada
sobre a riquíssima e precoce história deste impressionante Kings of Leon e botar este "Youth & Young
Manhood" para tocar, o mínimo que vai encontrar é um
excelente álbum de country
rock retro-moderno, apaixonante. Mas é difícil descolar do álbum as referências e
herança familiar e roqueira
que compõem o atual grupo
mais comentado do rock.
É incrível como, ao apertar
a tecla "play", parece sair
uma sonoridade de uma
banda veterana de rock clássico, mas com um molho de
contemporaneidade para o
qual não há muita explicação: ou a banda tem, ou não
tem. E o quarteto KOL tem.
A bateria e o baixo estão onde têm que estar para dar suporte ao que o grupo mostra
de soberbo: a inspirada guitarra de Matthew Followill e
a marcante voz caipira-sacana-emocionada de Caleb.
Bob Dylan ou REM só teriam a ganhar se contratassem um moleque com o gás
de Matthew. Virtuoso quando tem que ser, básico na hora certa. A voz de Caleb tem
tanta sacanagem quanto a de
Mick Jagger dos tempos juvenis, mesmo que sua formação religiosa o tenha colocado longe de músicas como "Simpathy for the Devil". Mas, não tem jeito, o
diabo é o pai do rock.
Caleb fala de mulheres e da
"estrada" como se já tivesse
vivido de tudo nas encruzilhadas do Mississippi. "Red
Morning Light" e as sensacionais "Molly's Chambers"
e "Wasted Time" são certeiras para deixar extasiada a
turma dos Strokes. Já "Holy
Roller Novocaine" e "California Waiting" fariam da
banda um hit no festival de
Woodstock (69).
"Youth...", para quem tenha um ouvido no rock de
levada country, é a grande
pedida. De tudo o que se lê e
ouve falar desta banda, não
dá para imaginar uma estréia melhor.
(LR)
Youth & Young Manhood
Artista: Kings of Leon
Lançamento: BMG
Quanto: R$ 32, em média
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