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ARTES VISUAIS
Próxima edição do evento espalhará 40 contêineres em Porto Alegre com obras de artistas sul-americanos
Suporte resiste na 3ª Bienal do Mercosul, em 2001
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após ter seu fim decretado, em
1996, na 23ª Bienal de São Paulo, o
suporte volta como tema principal da 3ª Bienal do Mercosul. Fabio Magalhães e Leonor Amarante, curadores da edição anterior,
foram confirmados no cargo no
mês passado e apresentaram à
Folha, com exclusividade, o novo
projeto para a bienal que será realizada em Porto Alegre, em outubro de 2001.
O tema principal da bienal é "A
Resistência do Suporte na Contemporaneidade". Segundo Magalhães, "isso não representa uma
nostalgia da pintura, mas uma
pesquisa sobre os efeitos da matéria e da cor em novos suportes,
que possuem um diálogo com a
pintura".
As obras estarão expostas do
mesmo modo que na mostra "Art
Across the Oceans", realizada na
Dinamarca em 96, quando Copenhague foi a capital cultural européia. Os curadores da exposição
espalharam pela cidade 96 contêineres com obras de artistas plásticos. O Brasil foi representado pelo
paulista Alex Flemming.
Em Porto Alegre, serão espalhados 40 contêineres às margens do
rio Guaíba, com obras de artistas
plásticos que estão sendo selecionados por Amarante.
Em cada bienal, um outro país
sul-americano, que não do Mercosul, participa como convidado.
No próximo ano, será a vez do Peru e do Equador. Como Colômbia
e Venezuela participaram das outras mostras, com a seleção dos
novos países, os curadores terminam o mapeamento da produção
contemporânea na América do
Sul.
Há também, em cada bienal,
um artista homenageado. Na última, foi o gaúcho Iberê Camargo.
Para a próxima, foi selecionado
seu conterrâneo Rafael França,
pioneiro da arte multimídia e de
instalações no Brasil, morto com
apenas 33 anos, em 1991.
A bienal também apresenta, regularmente, um módulo histórico. Na última, o tema foi o cubismo na América Latina. O tema escolhido para a próxima é o expressionismo. "Ele é uma tendência muito influente na América
Latina, e pretendemos também
expor artistas neo-expressionistas", diz Magalhães.
A Bienal do Mercosul tem um
orçamento de R$ 6 milhões, custeado por meio das leis de incentivo à cultura.
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