São Paulo, sexta-feira, 29 de setembro de 2000

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ARTES VISUAIS
Próxima edição do evento espalhará 40 contêineres em Porto Alegre com obras de artistas sul-americanos
Suporte resiste na 3ª Bienal do Mercosul, em 2001

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Após ter seu fim decretado, em 1996, na 23ª Bienal de São Paulo, o suporte volta como tema principal da 3ª Bienal do Mercosul. Fabio Magalhães e Leonor Amarante, curadores da edição anterior, foram confirmados no cargo no mês passado e apresentaram à Folha, com exclusividade, o novo projeto para a bienal que será realizada em Porto Alegre, em outubro de 2001.
O tema principal da bienal é "A Resistência do Suporte na Contemporaneidade". Segundo Magalhães, "isso não representa uma nostalgia da pintura, mas uma pesquisa sobre os efeitos da matéria e da cor em novos suportes, que possuem um diálogo com a pintura".
As obras estarão expostas do mesmo modo que na mostra "Art Across the Oceans", realizada na Dinamarca em 96, quando Copenhague foi a capital cultural européia. Os curadores da exposição espalharam pela cidade 96 contêineres com obras de artistas plásticos. O Brasil foi representado pelo paulista Alex Flemming.
Em Porto Alegre, serão espalhados 40 contêineres às margens do rio Guaíba, com obras de artistas plásticos que estão sendo selecionados por Amarante.
Em cada bienal, um outro país sul-americano, que não do Mercosul, participa como convidado. No próximo ano, será a vez do Peru e do Equador. Como Colômbia e Venezuela participaram das outras mostras, com a seleção dos novos países, os curadores terminam o mapeamento da produção contemporânea na América do Sul.
Há também, em cada bienal, um artista homenageado. Na última, foi o gaúcho Iberê Camargo. Para a próxima, foi selecionado seu conterrâneo Rafael França, pioneiro da arte multimídia e de instalações no Brasil, morto com apenas 33 anos, em 1991.
A bienal também apresenta, regularmente, um módulo histórico. Na última, o tema foi o cubismo na América Latina. O tema escolhido para a próxima é o expressionismo. "Ele é uma tendência muito influente na América Latina, e pretendemos também expor artistas neo-expressionistas", diz Magalhães.
A Bienal do Mercosul tem um orçamento de R$ 6 milhões, custeado por meio das leis de incentivo à cultura.


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