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MÚSICA ELETRÔNICA
Representantes do hard tecno, dupla PET Duo, Murphy e Lukas embarcam em viagem pelo exterior
Com turnês, brasileiros ganham reconhecimento europeu
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Aqui e ali, já faz algum tempo
que DJs e produtores brasileiros
vêm ganhando certas atenções e
pistas da Europa e do resto do planeta. Primeiro foi o drum'n'bass,
agora é o tecno. Neste final de ano,
três nomes embarcam para excursões para clubes e eventos de
grande porte.
Acontece, em 13 de novembro,
na cidade de Ghent, na Bélgica, o
mais importante festival de tecno
do mundo, o I Love Techno, que
espera público de 40 mil pessoas.
O line up: Carl Cox, Richie Hawtin, Dave Clarke, Prodigy, Miss
Kittin, Felix da Housecat, Alter
Ego, Ricardo Villalobos e mais alguns. Além desses, está lá, o nome
estampado em uma das seis pistas: PET Duo.
E não é em qualquer horário,
em qualquer tenda. O casal Ana e
David -juntos há dez anos; há
sete pilotando pick-ups como
PET Duo- está escalado em parte nobre -entre os DJs Rush e
Dave Clarke, na pista direcionada
mais ao chamado hard tecno.
"É o paraíso para quem gosta de
tecno", disse à Folha David, que
embarcaria ontem para a Alemanha, onde iniciaria a turnê. "Todo
DJ do estilo quer tocar lá. Pode-se
dizer que é o ápice da carreira para qualquer um."
Além do PET Duo, vão à Europa
o paulista Murphy e o paraibano
Lukas -este último radicado em
Campinas. Todos, um pouco
mais, um pouco menos, representantes da linha mais pesada do
tecno, o hard tecno. Rápido, com
número alto de BPMs (batidas
por minuto), o hard tecno é estilo
não muito acessível, se comparado a outras ramificações da eletrônica, como trance e house.
É um gênero com grande número de fãs na Europa, principalmente em países como Alemanha, Espanha e do leste do continente, mas que ainda, segundo os
DJs, sofre certa rejeição e preconceito no Brasil -DJs como o norte-americano Rush e o alemão
Chris Liebing são verdadeiros astros naqueles países.
"Existe um preconceito com esse tipo de música. Acham que é
muito pesado", afirma Ana. A tese de que "é preciso fazer sucesso
lá fora para ser reconhecido no
Brasil", sustentada por muitos
DJs, não foi comprovada pelo
PET Duo, que viaja pela oitava vez
à Europa. "Tem gente que não fez
o que fizemos lá fora, mas tem
mais reconhecimento aqui no
Brasil", diz Ana. "Com certeza temos mais nome na Europa do que
aqui", afirma David.
Turnê menor, mas não menos
importante, será feita por
Murphy, que fica fora do país entre 5/11 e 5/12. Ele tocará em 22 datas para divulgar o disco que lançará no mercado europeu em dezembro, pelo selo alemão Definition. Dividirá cabines com gente
como Alter Ego (do hit "Rocker"),
The Hacker (que fez álbum com
Miss Kittin) e Christian Fischer.
Saído do universo do hip hop,
Murphy é um dos mais habilidosos DJs de eletrônica do país. Faz
scratches e efeitos que o diferencia dos demais. "Existem muitos
bons DJs no Brasil. Para se destacar, é necessário algo a mais."
Lukas é o caçula; em dezembro,
estreará em pistas do além-mar,
num turnê que passa por Alemanha e Espanha, onde tocará abrindo para o americano DJ Rush, espécie de "padrinho". "No ano
passado me apresentei com o
Murphy em quatro pick-ups, e o
Rush viu e gostou."
DJ há quatro anos, Lukas faz
parte do núcleo Fusuê, empresa
proprietária do clube Kraft, em
Campinas. "Essa viagem fará diferença na minha carreira. Não são
muitos os DJs que vão para fora."
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