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Farmacêutico era racista
da Reportagem Local
Apesar da preocupação com as
doenças que maltratavam os cearenses, Rodolfo Teófilo não tinha
grandes esperanças em relação à
população brasileira.
Influenciado pelas idéias de Gobineau, era racista, acreditava que
a população negra era "um dos fatores de nossa inferioridade como
povo" e criticava a mestiçagem.
Essa posição reacionária não o
impediu de ser um dos líderes da
campanha abolicionista em Pacatuba, segunda cidade brasileira a
acabar com a escravidão, em 1883
(o Ceará pôs fim ao uso de escravos em 1884).
De contradição em contradição,
Teófilo foi também um romancista. Publicou, entre outros, "Violação", em que descreve a morte de
sua irmã Maria, durante epidemia de cólera de 1862.
Não foi a primeira incursão do
farmacêutico nas letras. Em 1890,
publicara o romance "A Fome -Cenas das Secas do Ceará", obra
fortemente naturalista, que se
opunha ao tom romântico do respeitado escritor cearense José de
Alencar.
Teófilo integrou, a partir de
1894, a Padaria Espiritual, organização literária que se propunha a
"fornecer o pão do espírito, aos
sócios em particular e aos povos
em geral". Sempre desprezado
pelos críticos, Teófilo não se deu
por vencido: morreu considerando-se um bom escritor.
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