São Paulo, Segunda-feira, 29 de Novembro de 1999


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Farmacêutico era racista

da Reportagem Local


Apesar da preocupação com as doenças que maltratavam os cearenses, Rodolfo Teófilo não tinha grandes esperanças em relação à população brasileira.
Influenciado pelas idéias de Gobineau, era racista, acreditava que a população negra era "um dos fatores de nossa inferioridade como povo" e criticava a mestiçagem.
Essa posição reacionária não o impediu de ser um dos líderes da campanha abolicionista em Pacatuba, segunda cidade brasileira a acabar com a escravidão, em 1883 (o Ceará pôs fim ao uso de escravos em 1884).
De contradição em contradição, Teófilo foi também um romancista. Publicou, entre outros, "Violação", em que descreve a morte de sua irmã Maria, durante epidemia de cólera de 1862.
Não foi a primeira incursão do farmacêutico nas letras. Em 1890, publicara o romance "A Fome -Cenas das Secas do Ceará", obra fortemente naturalista, que se opunha ao tom romântico do respeitado escritor cearense José de Alencar.
Teófilo integrou, a partir de 1894, a Padaria Espiritual, organização literária que se propunha a "fornecer o pão do espírito, aos sócios em particular e aos povos em geral". Sempre desprezado pelos críticos, Teófilo não se deu por vencido: morreu considerando-se um bom escritor.


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